O presidente de El Salvador, Nayib Bukele, afirmou, neste sábado (5), que a ex-presidente chilena e ex-alta comissária da ONU de direitos humanos, Michelle Bachelet, defende "criminosos", e rejeitou as críticas à sua política antigangues.

Na quinta-feira, Bachelet afirmou em um evento em Antigua Guatemala, a sudoeste da capital guatemalteca, que os direitos humanos "foram violados" na "guerra" contra as gangues em El Salvador.

"É interessante saber que estes organismos de 'direitos humanos', na realidade, apenas existem para defender os direitos dos criminosos", escreveu o governante centro-americano em seu perfil na rede X, em alusão ao cargo na ONU que Bachelet exerceu (2006-2010 e 2014-2018).

Bukele lembrou que Bachelet, quando "foi presidente do Chile, chegou a El Salvador em 2015 (ano em que nos tornamos o país mais perigoso do mundo) e se derramou em elogios para o governo de então".

"Agora critica El Salvador, quando somos o país mais seguro do hemisfério ocidental", afirmou Bukele.

Em seu discurso, Bachelet considerou que, "quando você não respeita [o devido processo], é autoritário, coloca 50.000 jovens na prisão... Claro, as pessoas dizem 'Oh! Que eficiente', que é o caso de El Salvador".

"Mas a verdade é que ali [em El Salvador] foram violados direitos humanos. Não houve o devido processo, as pessoas estão aglomeradas nas prisões em condições desumanas", criticou a chilena no evento organizado pelo Instituto para a Democracia e a Assistência Eleitoral (IDEA Internacional).

Bukele trava uma "guerra" contra as gangues sob um regime de exceção vigente no país desde março de 2022, que permite prisões sem mandado judicial.

Cerca 82 mil integrantes de gangues foram presos com base nessa ferramenta criticada por grupos de direitos humanos, que denunciam abusos e prisões de pessoas inocentes.

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