Os ataques de Israel na fronteira entre o Líbano e a Síria colocam os civis deslocados em "grave risco" e dificultam as operações humanitárias, alertou a ONG Human Rights Watch (HRW) nesta segunda-feira (7). 

Na sexta-feira, as tropas israelenses realizaram uma incursão no leste do Líbano, perto da passagem fronteiriça de Masnaa, bloqueando a estrada entre os dois países. 

Um funcionário do Ministério dos Transportes sírio, Sleiman Khalil, disse à AFP que "o tráfego rodoviário continua impossível neste eixo". 

"O número de pessoas que atravessam a fronteira diminuiu, mas centenas continuam passando por diferentes postos fronteiriços", disse Filippo Grandi, alto comissário das Nações Unidas para os refugiados (Acnur), durante sua visita ao posto sírio de Jdeidet Yabous. 

Israel acusa o grupo libanês Hezbollah de enviar armas por esta rota e o Exército israelense afirma ter atacado "um túnel subterrâneo utilizado para o contrabando de armas" perto do posto de Masnaa. 

Os ataques "impedem a fuga de civis e dificultam as operações humanitárias", alertou a HRW em um comunicado. 

"Um ataque israelense contra um alvo militar legítimo pode ser ilegal se suscetível de causar danos desproporcionais aos civis", acrescentou a ONG. 

Também alertou que, se o Hezbollah utiliza a fronteira para transferir armas, "não toma todas as precauções possíveis para proteger os civis". 

Segundo as autoridades libanesas, mais de 370 mil pessoas, a maioria sírios, mas também muitos libaneses, cruzaram a fronteira para a Síria desde a intensificação dos ataques israelenses ao Líbano, em 23 de setembro.

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