O diretor de um centro médico na Rússia foi preso e acusado de “satanismo” por ter incentivado relações homossexuais, informaram nesta segunda-feira (7) veículos de comunicação russos, em meio a uma investida ultraconservadora contra a comunidade LGBTQIAP+.
Segundo os serviços de segurança russos (FSB), citados pela agência estatal de notícias Ria Novosti, o homem, que trabalha na cidade de Ulyanovsk, a cerca de 700 quilômetros a leste de Moscou, é "um seguidor do satanismo".
O acusado "encorajou a ideia de relações homossexuais entre seus subordinados como uma forma de aderir ao culto ao diabo", acrescentou a agência, precisando ainda que ele encorajava a "adotar esse culto para obter prosperidade financeira e progresso".
O homem, que foi acusado formalmente de "forçar atos sexuais" e "participar das atividades de uma organização extremista", pode ser condenado a até seis anos de prisão.
Desde o ataque à Ucrânia em fevereiro de 2022, a Rússia adotou várias medidas destinadas a punir a "propaganda homossexual", no âmbito de uma política cada vez mais conservadora.
O Tribunal Supremo russo proibiu no fim de 2023 o que classifica como “movimento LGBT internacional”, considerado “extremista”, uma formulação vaga que permite aplicar longas penas de prisão para quem for acusado de se unir a ele.
O Parlamento também proibiu em setembro a adoção de crianças russas por cidadãos de países que permitem a transição de gênero e planeja proibir a promoção de um estilo de vida "sem crianças".
As autoridades russas enxergam essa linha como uma continuação de sua luta contra o Ocidente, cujos valores e modo de vida são classificados como “decadentes” pelo presidente Vladimir Putin, que acusou repetidamente os ocidentais de "satanismo" por sua tolerância em relação às pessoas LGBTQIAP+.
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