Centenas de pessoas bloquearam, nesta segunda-feira (7), as rotas de acesso ao departamento de Colón, no nordeste de Honduras, para exigir a revogação de um decreto que proíbe o porte de armas nesta região conflituosa, informou a polícia.

O protesto reuniu pecuaristas, agricultores e comerciantes, que alegam precisar andar armados ao transportar dinheiro para pagar salários, pois correm o risco de serem assaltados.

"Eles [os manifestantes] querem que o decreto de [proibição de] porte de armas seja revogado", disse à AFP o porta-voz da polícia no município de Tocoa, Ángel Santos Herrera.

O decreto que ordena o "desarmamento geral" em Colón foi emitido em julho de 2012 para conter uma onda de violência na área, e sua revogação foi uma promessa de campanha da presidente Xiomara Castro em 2021, segundo os líderes do protesto.

A norma em questão proíbe qualquer civil de andar armado em Colón, embora em todo o país as autoridades concedam licenças para porte de armas sob certos requisitos.

"Lembrem-se de que Colón lhes deu o voto, prometeram revogar o decreto", dizia uma faixa exibida pelos manifestantes.

O líder Wilmer Maradiaga explicou à imprensa que buscam que "o governo preste atenção ao problema do porte de armas", pois um empresário "que tenha que se deslocar com 150.000 lempiras [cerca de R$ 33 mil para pagar salários] e vai [armado apenas] com as unhas se expõe a ser assaltado".

No entanto, o líder camponês Vitalino Álvarez advertiu que "se revogarem o decreto, haverá mais mortes" em Colón.

O ambientalista Juan López foi assassinado neste departamento em 14 de setembro, crime que provocou condenações do Papa Francisco e da ONU.

Colón, que no passado foi palco de conflitos por terras que deixaram cerca de 140 mortos, ainda é utilizado como rota para o transporte de cocaína proveniente da América do Sul com destino aos Estados Unidos.

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