Quase um milhão de pessoas foram deslocadas das suas casas este ano na República Democrática do Congo, imersa em uma onda de violência, disse o chefe dos direitos humanos da ONU, Volker Turk, nesta terça-feira (8).

Turk, que visitou a República Democrática do Congo em abril, disse ao Conselho de Direitos Humanos da ONU que o país centro-africano está atolado em uma "mistura explosiva de violência crescente, interesses regionais e internacionais, empresas exploradoras e um Estado de direito fraco".

"De acordo com fontes humanitárias, 940 mil pessoas foram deslocadas internamente este ano", disse Turk, acrescentando que a situação se deteriora a cada dia.

O chefe dos direitos humanos da ONU também expressou preocupação com o número crescente de condenados à morte depois que o país levantou, em março, uma moratória sobre a pena capital vigente desde 2023. 

Desde então, 128 homens foram condenados à morte por tribunais militares, afirmou Turk, instando as autoridades a garantirem que estas sentenças não serão executadas. 

A República Democrática do Congo possui enormes recursos naturais, mas é um dos países mais pobres do mundo e está imersa em uma grave onda de violência.

"A exploração ilegal e o comércio ilícito de recursos naturais, com a cumplicidade das empresas, assim como a proliferação e o tráfico de armas", impulsionam a atual onda de violência, disse Turk. 

"Esta situação é inaceitável", afirmou.

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