Membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas pediram nesta quarta-feira (9) que Israel não prossiga com uma lei destinada a expulsar a agência da ONU para os refugiados palestinos, UNRWA, dos territórios ocupados, especialmente a Faixa de Gaza.
A embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Linda Thomas-Greenfield, disse que seu país "acompanha com profunda preocupação a proposta legislativa israelense que poderia alterar o status legal da UNRWA".
Sua expulsão poderia "prejudicar sua capacidade de se comunicar com autoridades israelenses e eliminar os privilégios e imunidades concedidos às organizações e ao pessoal da ONU em todo o mundo", afirmou.
A Argélia, que junto com a Eslovênia convocou a reunião de emergência do conselho sobre a crise nos territórios palestinos, apontou que "durante anos, as autoridades israelenses deixaram claros o seu desejo e a sua intenção de desmantelar a UNRWA".
"Reiteramos que os direitos dos refugiados palestinos são imprescritíveis", declarou Amar Bendjama, embaixador da Argélia, membro não permanente do Conselho de Segurança.
"Funcionários israelenses do alto escalão descreveram a destruição da UNRWA como um objetivo de guerra", lembrou Philippe Lazzarini, o chefe dessa agência, que destacou que 226 de seus funcionários morreram em bombardeios israelenses nos últimos 12 meses.
A Comissão de Assuntos Exteriores e Defesa do Parlamento israelense, o Knesset, aprovou no domingo dois projetos de lei destinados a encerrar as atividades e os privilégios da UNRWA em Israel.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, anunciou na terça-feira que havia escrito ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, para expressar sua "profunda preocupação” com a proposta.
As atividades da UNRWA são "parte integral" da resposta humanitária da ONU em Gaza, afirmou Guterres, e sua expulsão "sufocaria os esforços para aliviar o sofrimento humano e as tensões em Gaza" e "seria uma catástrofe em um desastre já sem precedentes".
O embaixador palestino na ONU, Riyad Mansour, disse na reunião do Conselho de Segurança que a agência para os refugiados palestinos "é o maior sucesso da história" da organização.
Antes da guerra desencadeada pelos ataques do Hamas em território israelense em 7 de outubro de 2023, a agência, criada em 1949, fornecia cuidados médicos e educação para grande parte da população de Gaza.
"Trabalhamos com as agências da ONU", declarou o embaixador de Israel, Danny Danon, cujo país acusou 12 funcionários da UNRWA de terem participado dos ataques do Hamas.
"Estamos dispostos e capazes de trabalhar no terreno. Compare nossos esforços com os fracassos da UNRWA", argumentou Danon, acusando a agência de permitir a infiltração do Hamas em suas fileiras.
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