O presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou, nesta quinta-feira (10), solidariedade ao seu homólogo colombiano, Gustavo Petro, que está sendo investigado pelo órgão eleitoral da Colômbia por supostas irregularidades durante a campanha que o levou ao poder.

"Como alguém que já foi vítima de todo tipo de perseguição política, manifesto minha solidariedade ao presidente @petrogustavo", escreveu o mandatário brasileiro na rede social X.

"Não se pode abrir mão do devido processo legal, ainda mais quando o que está em jogo é a vontade do povo expressa democraticamente pelas urnas", acrescentou.

Lula se juntou à recém-empossada presidente do México, Claudia Sheinbaum, que na quarta-feira também manifestou apoio a Petro.

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Colômbia decidiu, na terça-feira, iniciar uma investigação administrativa contra Petro por supostamente violar os limites de gastos em sua campanha de 2022, que totalizam cerca de 880 mil dólares (aproximadamente 4,5 milhões de reais na cotação da época).

Petro, o primeiro esquerdista a governar a Colômbia, denunciou um "golpe de Estado", considerando que esse órgão, de caráter administrativo, não tem autoridade para investigá-lo, e chamou seus apoiadores a "defender" a democracia nas ruas.

Diante de um caso sem precedentes, alguns especialistas acreditam que o CNE pode remeter a investigação à Câmara dos Deputados, que tem a competência para submeter o presidente a um julgamento político.

Em sua mensagem, Lula aludiu ao impeachment de Dilma Rousseff (2011-2016), destituída pelo Congresso Nacional devido ao caso das “pedaladas fiscais”.

"Lembro que, em 2016, a presidenta Dilma foi vítima de um processo de impeachment sem fundamentação legal e esse foi o início de um período turbulento e traumático na história do Brasil", afirmou Lula.

Alinhados em muitos temas, Lula e Petro uniram esforços para buscar uma solução pacífica para a crise pós-eleitoral na Venezuela e se declararam a favor da integração latino-americana.

Eles também se destacam como os principais críticos a Israel na América Latina, com ambos denunciando um "genocídio em Gaza".

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