Outros 600 policiais quenianos serão enviados ao Haiti para se juntarem a uma missão apoiada pela ONU cujo objetivo é restabelecer a segurança no país caribenho, assolado pela violência das gangues, anunciou o presidente William Ruto nesta sexta-feira (11).
"Me dá prazer anunciar que outros 600 policiais quenianos estão completando sua formação prévia à mobilização e estarão prontos para o serviço no mês que vem", declarou o mandatário queniano à imprensa, ao lado de primeiro-ministro interino do Haiti, Garry Conille, em visita ao país africano.
O Quênia lidera o contingente multinacional no Haiti, que deveria chegar a reunir 2.500 homens. Até agora, Nairóbi enviou 400 policiais.
O Haiti sofre há tempos com a violência de grupos armados que controlam 80% da capital Porto Príncipe e as principais rodovias do país.
Mas a situação piorou desde o final de fevereiro, quando várias dessas gangues se aliaram para atacar locais estratégicos da capital como delegacias, prisões e o aeroporto, em uma aliança contra o então primeiro-ministro, Ariel Henry.
Ruto também fez um apelo à comunidade internacional para que apoie a missão, que sofre com a falta crônica de financiamento.
"Esse é o momento de proporcionar esse apoio crítica para que possamos realizar o exercício que temos nas mãos", afirmou.
Conille fez eco a seus apelos, dizendo que, embora tenham sido realizadas “reuniões construtivas” com parceiros internacionais, era preciso mais.
"Gostaríamos de ver uma resposta mais rápida, gostaríamos de ver mais compromisso e vamos seguir pressionando para conseguir isso", apontou.
O Conselho de Segurança das Nações Unidas prorrogou, no mês passado, por um ano a missão, mas sem pedir que se transforme em uma força de manutenção da paz da ONU, como sugeriu Porto Príncipe.
Embora opere com o aval das Nações Unidas e do governo haitiano, não é uma força dirigida pela ONU.
O violento ataque de uma gangue na semana passada na localidade haitiana de Pont-Sondé, a 100 quilômetros ao noroeste de Porto Príncipe, deixou 109 mortos e mais de 40 feridos.
Pelo menos 3.661 pessoas foram assassinadas desde janeiro no Haiti, segundo um balanço do final de setembro que citou o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH)
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