Taiwan afirmou neste domingo (13) estar "em alerta" depois de ter detectado um porta-aviões chinês no sul da ilha, em um contexto de aumento das tensões entre Taipei e Pequim.
"O porta-aviões chinês ‘Liaoning’ entrou em águas próximas do canal Bashi e provavelmente dirige-se para o Pacífico ocidental", explicou o Ministério da Defesa da ilha autônoma.
O Exército "permanece em estado de alerta, pronto para agir se necessário", acrescentou.
Por sua vez, o Exército chinês divulgou um vídeo no qual se afirma "preparado para lutar", juntamente com um pequeno mapa de Taiwan.
A China intensificou a sua pressão militar e política sobre Taiwan nos últimos anos e nunca descartou o uso da força militar para recuperar o controle da ilha.
Pequim organizou três séries de manobras de grande escala nos últimos dois anos, com a intervenção da sua força aérea e da sua Marinha para cercar a ilha.
As relações entre Pequim e Taipei são péssimas desde 2016, quando Tsai Ing-wen se tornou presidente de Taiwan, que foi sucedida este ano por Lai Ching-te.
Lai, que assumiu o cargo em maio, prometeu na quinta-feira "resistir à anexação chinesa" da ilha, que Pequim considera parte integrante do seu território.
O governo chinês, que descreve Lai como "separatista", reagiu alertando que as "provocações" do presidente taiwanês causariam um "desastre" para o seu povo.
O discurso de Lai "expôs a sua posição intransigente sobre a independência de Taiwan e a sua intenção maligna de aumentar as tensões no Estreito de Taiwan por interesse político", disse a porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, à imprensa.
- "Status quo" -
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, também alertou a China contra qualquer "provocação" sobre Taiwan.
"O mundo inteiro tem interesse em manter a paz e a estabilidade, em preservar o status quo, em evitar qualquer conflito que possa perturbar elementos fundamentais da economia global", disse ele.
Washington reconhece Pequim como uma potência legítima desde 1979, em detrimento de Taipei, mas continua sendo o aliado mais poderoso de Taiwan e o seu principal fornecedor de armas.
Um alto funcionário dos EUA estimou na quarta-feira que a China poderia usar as celebrações de quinta-feira por ocasião do feriado nacional de Taiwan para justificar as suas manobras militares.
De quarta para quinta-feira, 27 aeronaves militares chinesas e nove navios da Marinha foram detectados ao redor da ilha, informou o Ministério da Defesa de Taiwan.
As celebrações de quinta-feira marcaram o 113º aniversário da queda da dinastia chinesa Qing e a subsequente fundação da República da China.
Após a guerra civil entre as forças nacionalistas de Chiang Kai-shek e os comunistas de Mao Zedong, os nacionalistas fugiram para Taiwan em 1949.
Taiwan mantém o nome oficial de República da China e embora tenha o seu próprio governo, um Exército e a sua própria moeda, nunca declarou sua independência da China continental.
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