Os capacetes azuis da ONU permanecerão em suas posições no Líbano, apesar dos apelos de Israel para que se retirem, em meio à intensificação dos combates entre Israel e Hezbollah e ao ferimento de cinco membros, declarou nesta segunda-feira (14) o chefe das forças de paz da organização.

"Foi tomada a decisão de que a Unifil permaneça atualmente em todas as suas posições, apesar dos pedidos das Forças de Defesa de Israel para que abandonem as posições próximas à Linha Azul", afirmou Jean-Pierre Lacroix, chefe da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Unifil, na sigla em inglês).

"Quero destacar que essa decisão segue de pé. Foi confirmada esta manhã pelo secretário-geral" da ONU, António Guterres, disse Lacroix.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, reiterou nesta segunda o pedido de Israel para que as forças de paz no sul do Líbano se retirem das áreas próximas à fronteira entre os dois países, insistindo que é "completamente falso" que as forças israelenses tenham atacado a Unifil.

No entanto, a Unifil acusou o exército israelense de disparar "repetida" e "deliberadamente" contra suas instalações, ferindo cinco capacetes azuis, o que gerou duras críticas a Israel.

Netanyahu reiterou nesta segunda que o Hezbollah utiliza "as instalações e posições da Unifil como cobertura para realizar seus ataques" contra Israel.

Segundo a Resolução 1701 do Conselho de Segurança, apenas os cerca de 9.500 efetivos da Unifil e o exército libanês podem atuar no sul do Líbano.

"Acabamos de ouvir dos membros do Conselho de Segurança da ONU a expressão unânime de apoio à Unifil. Claro, isso é muito encorajador", acrescentou Lacroix.

Em 2000, a Unifil estabeleceu a "Linha Azul", uma faixa de 120 quilômetros ao longo do sul do Líbano para garantir a retirada completa das forças israelenses.

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