As autoridades espanholas apreenderam 13 toneladas de produtos químicos com destino à Rússia no começo de outubro, um carregamento que infringia as sanções internacionais, anunciou a polícia nesta terça-feira (15).
A carga foi interceptada "em um contêiner localizado na aduana de Puerto de Barcelona", explicou em um comunicado a Polícia Nacional espanhola, que prendeu quatro pessoas na operação.
Os suspeitos "de um crime continuado de contrabando com gêneros proibidos" foram presos em 8 de outubro e apresentados ao juiz de instrução a cargo do caso, disse à AFP uma porta-voz da polícia.
A investigação, detalhou o comunicado, começou em 2022, depois que as autoridades identificaram operações suspeitas por parte de uma empresa "gerida por cidadãos de origem russa".
As mercadorias estavam destinadas oficialmente a empresas localizadas em países vizinhos da Rússia, "como Armênia ou Quirguistão", indicou.
Mas essas "empresas interpostas em nenhum caso eram receptoras da mercadoria", que finalmente era "desviada por via terrestre para a Federação Russa", acrescentou a nota.
Durante a investigação, os agentes constataram, segundo indicou a polícia, que as mercadorias eram "produtos químicos sancionados internacionalmente, alguns deles possíveis precursores de armas químicas ou agentes nervosos".
Perguntada pela AFP, uma porta-voz da polícia não revelou a origem desses produtos nem se existiam elementos que indicassem que iam ser usados para fabricar armas.
A União Europeia proibiu as exportações para a Rússia de produtos tecnológicos que pudessem ser usados para fabricar armas, como microprocessadores, como parte das sanções impostas após a invasão da Ucrânia.
Mas essas medidas, que buscavam enfraquecer a máquina de guerra do Kremlin, foram, em grande medida, dribladas pela Rússia, graças à cumplicidade de terceiros.
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