O Reino Unido anunciou, nesta terça-feira (15), novas sanções contra os colonos israelenses "extremistas" na Cisjordânia, pedindo ao governo de Benjamin Netanyahu que atue para pôr fim ao clima de "impunidade" nesse território palestino ocupado desde 1967. 

"Essas medidas respondem ao contínuo aumento da violência que está devastando as comunidades palestinas na Cisjordânia", explica o comunicado à imprensa do Ministério das Relações Exteriores. 

A Cisjordânia experimentou um aumento da violência desde o ataque do movimento palestino Hamas contra Israel, em 7 de outubro do ano passado, e o início da guerra em Gaza. 

As Nações Unidas registraram mais de 1.400 ataques de colonos contra comunidades palestinas desde outubro de 2023. 

Pelo menos 635 pessoas morreram nas mãos do Exército israelense ou nas de colonos, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais palestinos.

No total, três colônias são afetadas por essas sanções, que são a continuação das decididas no início de maio especificamente contra colonos "extremistas".

Tirzah Valley Farm, Meitarim e Shuvi Eretz "incitaram e promoveram atividades que constituem uma grave violação aos direitos dos palestinos", segundo o comunicado. 

Quatro organizações israelenses também são alvo dessas sanções: a yeshivá (escola talmúdica) Od Yosef Chai, assim como as organizações Hashomer Yosh, Torat Lechima e Amana. 

"O governo israelense deve tomar medidas enérgicas contra a violência dos colonos e pôr fim à legalização dos assentamentos", disse o chanceler britânico, David Lammy, na declaração. 

"A inação do governo israelense permitiu o desenvolvimento de um clima de impunidade no qual se permitiu que a violência dos colonos crescesse sem controle", continuou Lammy. 

Segundo o responsável do Foreign Office, as novas sanções permitirão "fazer prestar contas aqueles que apoiaram e perpetraram abusos tão atrozes contra os direitos humanos". 

Cerca de 490.000 colonos vivem na Cisjordânia ao lado de três milhões de palestinos. 

O ano de 2023 marcou um recorde para o avanço dos assentamentos israelenses na Cisjordânia ocupada, com o maior número de permissões de construção emitidos em 30 anos, segundo um relatório da representação da União Europeia (UE) nos Territórios Palestinos. 

As sanções britânicas se traduzem em congelamento de bens das pessoas e entidades sancionadas e a proibição de entrar no Reino Unido. 

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