Benjamin Netanyahu manifestou, nesta terça-feira (15), sua oposição a um "cessar-fogo unilateral" no Líbano, durante conversa por telefone com o presidente francês, Emmanuel Macron, indicou o gabinete do chefe de governo israelense.

"O primeiro-ministro disse na conversa que é contrário a um cessar-fogo unilateral, que não muda a situação de segurança no Líbano", afirmou Netanyahu, segundo o comunicado. Há um ano, Israel e o movimento islamista libanês Hezbollah protagonizam duelos diários de artilharia, que escalaram para uma guerra aberta nas últimas três semanas.

A declaração foi publicada depois que Macron urgiu Israel a acatar as decisões da ONU e disse em uma reunião de gabinete que "Netanyahu não deve se esquecer que seu país foi criado por uma decisão da ONU".

O mandatário francês se referia à aprovação, em novembro de 1947, do Plano de Partilha da Palestina entre um Estado judeu e um árabe pela Assembleia Geral das Nações Unidas.

"Portanto, este não é o momento de ignorar as decisões da ONU", acrescentou Macron, no momento em que Israel realiza uma ofensiva aérea e terrestre contra o movimento islamista libanês Hezbollah.

A resposta de Netanyahu a esses comentários não demorou, publicada em uma nota difundida por seu gabinete.

"Um lembrete para o presidente da França: não foi a resolução da ONU que estabeleceu o Estado de Israel, mas a vitória obtida na guerra de independência com o sangue de combatentes heroicos, muitos deles sobreviventes do Holocausto, inclusive do regime de Vichy", que colaborou com a ocupação nazista da França (1940-1944), afirmou.

Esta polêmica se soma às tensões dos últimos tempos entre Netanyahu e Macron, que na semana passada defendeu a interrupção da exportação de armas utilizadas por Israel em Gaza e Líbano para pôr fim a esses conflitos.

A França também denunciou os disparos israelenses contra as forças de paz da ONU no sul do Líbano (Unifil, na sigla em inglês), que incluem um contingente francês.

A Resolução 1701 do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que pôs fim à guerra anterior entre Israel e Hezbollah, em 2006, estabelece que apenas o Exército libanês e as forças de paz da Unifil devem ocupar posições no sul do país.

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