Robert Roberson foi condenado à morte por matar a filha de dois anos -  (crédito: Innocence Project)

Robert Roberson foi condenado à morte por matar a filha de dois anos

crédito: Innocence Project

A Justiça do Texas, dos Estados Unidos, decidiu manter a execução de Robert Roberson por ter matado a própria filha de 2 anos, mesmo ele tendo se declarado inocente. A informação é do Innocence Project, projeto que defende condenados injustamente.


Caso a execução ocorra, Robert será a primeira pessoa a cumprir a pena de morte nos Estados Unidos em um caso ligado à “síndrome do bebê sacudido”. Sua filha, Nikki Curtis, morreu em 2002. 

 


A defesa do pai, que tem diagnóstico de transtorno do espectro autista, tentou anular a sentença e mudar o juiz responsável pelo caso, acusando a atual magistrada Deborah Oakes de enviesamento. Os pedidos não foram acatados. 


“O caso de Robert está cheio de evidências não científicas, depoimentos médicos imprecisos e enganosos e tratamento prejudicial. Esta é uma vida que pode ser injustamente tirada, e o governador Greg Abbott (governador do Texas) tem o poder de intervir. Pedimos aos texanos que liguem para o governador Abbott e peçam que ele interrompa esta execução, garantindo que todos os fatos sejam cuidadosamente revisados”, diz o site do Inocente Project. 


Segundo a instituição, o detetive que liderou o caso que levou à condenação pediu clemência a Greg Abott, pedindo para que Robert saia do corredor da morte. Além dele, um grupo pede a reversão da pena, incluindo 86 políticos e especialistas. A alegação é que Nikki morreu devido a uma pneumonia e não em decorrência da síndrome. 


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O que é a síndrome do bebê sacudido?

 

A síndrome do bebê sacudido é uma lesão cerebral grave que pode ser fatal e é causada por sacudir violentamente um bebê. O movimento brusco do corpo da criança faz com que a massa encefálica se choque com a calota craniana, causando lesões vasculares e teciduais. 


Também chamada de trauma craniano abusivo, a síndrome atinge cerca de 150 mil crianças por ano no Brasil. Em 2002, Robert levou a filha, então com 2 anos, ao hospital, onde disse aos médicos que acordou e encontrou a criança inconsciente e com os lábios azulados. Segundo o pai, a menina tinha caído da cama durante o sono.



Os médicos que atenderam o caso prestaram depoimento à justiça dizendo que o bebê tinha um trauma na cabeça, que teria sido causado por maus-tratos, provocado pela "síndrome do bebê sacudido".


O que os críticos questionam é que o diagnóstico foi feito levando em conta três sintomas (sangramento ao redor do cérebro, inchaço cerebral e hemorragia nos olhos), mas que os sinais também podem aparecer em outros casos, como quedas em curta distância ou pneumonia. 


A alegação da defesa é que só os sintomas não são o suficiente, e os médicos precisariam examinar todas as possíveis causas da morte da menina. 

 


Os defensores de Robert não negam que a criança pode ter sofrido maus-tratos, mas defendem que a menina morreu devido a complicações relacionadas a uma pneumonia severa não diagnosticada.


Desde o julgamento, em 2003, eles coletam evidências que mostram que a doença evoluiu para uma sepse e que foi agravada por medicamentos que não deveriam ter sido prescritos e que dificultaram a respiração.