Os líderes dos países do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG) iniciaram, nesta quarta-feira (16), uma reunião em Bruxelas com os líderes da União Europeia, focada no risco de uma "conflagração geral" no Oriente Médio.
A lista de participantes inclui o príncipe herdeiro saudita Mohamed bin Salman, líder de fato da potência petrolífera e presença confirmada de última hora.
Os líderes dos seis Estados do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG: Arábia Saudita, Bahrein, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Omã e Catar) e da UE também falarão sobre comércio, energia e mudança climática.
No entanto, os diplomatas admitem que as operações militares de Israel em Gaza e no Líbano e a crescente tensão entre Israel e o Irã, com o consequente risco de uma guerra regional mais ampla, estarão "no topo da agenda".
"Somos parceiros, com interesses alinhados", disse o primeiro-ministro belga, Alexandre de Croo, ao chegar à reunião, que também expressou a sua confiança de que as discussões promoverão uma desescalada na região.
"A paz chegará quando pessoas razoáveis se sentarem à mesma mesa, e sabemos que vários países do Golfo têm sido facilitadores disso, por isso tenho esperança de que possamos unir forças", disse De Croo.
- Preocupações compartilhadas -
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, participam da reunião moderada pelo presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e pelo emir do Catar, Tamim bin Hamad Al Thani, atual presidente do CCG.
"Compartilhamos as mesmas preocupações sobre a paz e a segurança em toda a região", disse Borrell na tarde de terça-feira, antes de um jantar de trabalho com os ministros das Relações Exteriores do CCG.
Os países da UE buscam reforçar os seus vínculos econômicos com os seis Estados do CCG, uma vez que o bloco europeu é o segundo maior parceiro comercial do grupo do Golfo.
No entanto, as negociações sobre um acordo de livre comércio, iniciadas na década de 1990, continuam estagnadas.
Atualmente, os dois blocos apresentam diferenças óbvias, principalmente em relação à guerra na Ucrânia, onde os países do Golfo não apoiaram a política europeia de sanções contra a Rússia pela invasão iniciada em 2022.
"Estamos muito mais de acordo sobre o Oriente Médio", disse outro responsável europeu na terça-feira. "Tanto para a UE como para o CCG, queremos estabilidade na região e a redução" das tensões, acrescentou.
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