A Airbus pretende eliminar, até meados de 2026, até 2.500 postos de trabalho em sua divisão de produção de satélites, que está afetando seus resultados financeiros, em um novo sinal dos tempos difíceis que a indústria aeroespacial europeia atravessa.
Em um comunicado, a fabricante europeia explicou que está tentando se adaptar "a um contexto difícil para sua atividade" e que planeja aplicar medidas para alcançar uma "estrutura organizacional mais eficaz e eficiente para a divisão" de Defesa e Espaço.
"Essas medidas devem resultar na redução de até 2.500 postos de trabalho até meados de 2026" nessa divisão, que conta atualmente com cerca de 35.000 funcionários, segundo a fonte.
A Airbus não detalhou como realizará essa redução de pessoal, mas afirmou que deseja evitar "medidas restritivas" e prometeu trabalhar para "limitar o impacto social" da decisão.
Líder mundial em satélites de telecomunicações, a gigante europeia está sendo afetada há vários anos "por um clima empresarial muito difícil e em rápida mudança, com perturbações nas cadeias de suprimento, mudanças na forma de fazer a guerra e pressão sobre os custos devido a limitações orçamentárias", explicou Michael Schoellhorn, diretor da Airbus Defesa e Espaço, citado no comunicado de imprensa.
O grupo francês Thales, outro peso pesado do setor, anunciou na primavera um plano de redistribuição de 1.300 postos de sua subsidiária espacial Thales Alenia Space.
A Airbus viu seus lucros serem reduzidos à metade no primeiro semestre, caindo para 825 milhões de euros (R$ 5,1 bilhões), devido a um aporte financeiro de 989 milhões de euros (R$ 6,1 bilhões) que fez no setor espacial.
Em 2023, a Airbus já havia feito outra provisão de 600 milhões de euros (R$ 3,7 bilhões na cotação atual) por essa mesma atividade espacial, que no ano passado representou cerca de 2 bilhões de euros (R$ 12,3 bilhões) da receita total de 65,4 bilhões de euros (R$ 403,4 bilhões) obtida pelo grupo.
Os satélites de telecomunicações e navegação são fabricados sob demanda, o que elimina a possibilidade de se beneficiar da economia de escala, ao contrário do que ocorre no negócio principal de aviões comerciais da Airbus.
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