O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, disse, nesta quarta-feira (16), que há "indícios claros" de que a Índia violou a soberania canadense, em uma disputa sobre o assassinato de um separatista sikh em Vancouver no ano passado, que levou os dois países a expulsar seus embaixadores.
"Tivemos indícios claros e, sem dúvida agora mais claros do que nunca, de que a Índia havia violado a soberania do Canadá", declarou Trudeau em uma comissão que investiga interferências estrangeiras.
A polícia canadense anunciou na segunda-feira que tinha "provas" da "implicação de agentes do governo da Índia em graves atividades criminosas no Canadá", incluindo o assassinato em 2023 do cidadão canadense Hardeep Singh Nijjar.
Nijjar, que emigrou para o Canadá em 1997 e se tornou cidadão do país em 2015, defendia a declaração de uma parte da Índia como um Estado sikh independente sob o nome de Calistão.
As autoridades indianas procuravam Nijjar por suposto terrorismo e conspiração para cometer assassinato.
Trudeau já tinha afirmado que havia "acusações críveis" que ligam a inteligência indiana ao crime cometido em Vancouver, o que deteriorou as relações diplomáticas.
Na última segunda-feira, Canadá e Índia expulsaram mutuamente seus embaixadores e outros cinco diplomatas de alto escalão, após Nova Délhi declarar que seu enviado foi citado como "pessoa de interesse" em uma investigação sobre o assassinato.
A ministra canadense das Relações Exteriores, Melanie Joly, disse que optou pela expulsão devido a "numerosas provas, claras e concretas que permitem identificar seis pessoas de interesse no caso Nijjar" e pela falta de colaboração da Índia, que se recusou a levantar a imunidade diplomática de seus representantes.
O Canadá tem a maior comunidade da religião sikh fora da Índia, com 770 mil canadenses que se declararam sikhs em 2021, ou seja, 2% da população do país.
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