O Congresso do Chile destituiu nesta quarta-feira o juiz da Suprema Corte Sergio Muñoz e inabilitou a ex-juíza Ángela Vivanco - destituída na semana passada pelo máximo tribunal -, após dois julgamentos políticos por corrupção.
Muñoz era considerado um dos juízes mais poderosos da Suprema Corte chilena. Sua destituição foi a primeira de um juiz aprovada pelo parlamento chileno em 31 anos. Ele e Ángela foram inabilitados para exercer cargos públicos por cinco anos.
Em um julgamento político promovido pela oposição de direita, Muñoz foi acusado de antecipar uma decisão judicial para beneficiar sua filha e de encobrir uma viagem dela a Itália quando acreditava-se que estava exercendo suas funções no Chile. Em ambos os casos, incorreu em um "abandono de deveres notável", segundo a acusação.
Ángela foi acusada de envolvimento no chamado “Caso Hermosilla”, que atinge há 11 meses a elite econômica, política e judicial e é considerado o maior escândalo de tráfico de influência no Chile desde o retorno da democracia, em 1990.
Quando Ángela foi destituída pela Suprema Corte, na semana passada, o tribunal afirmou que ela não teve "um bom comportamento no exercício de suas funções” e comprometeu "os fundamentos do Estado de Direito".
A ex-juíza teria procurado Luis Hermosilla, um dos advogados preferidos da elite chilena, em busca de apoio para ser eleita membro do mais alto tribunal de justiça do país, em troca de lhe repassar informações judiciais confidenciais.
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