O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, afirmou nesta quinta-feira (17) aos aliados ocidentais que seu país deve estar em uma posição de força antes de qualquer diálogo de paz com a Rússia, ao apresentar seu "plano para a vitória".

Zelensky foi convidado a participar em uma reunião de cúpula da União Europeia (UE) pelo presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, que coincide com uma reunião dos ministros da Defesa dos países da Otan.

Ao chegar a Bruxelas, Zelensky disse que deseja "reforçar a Ucrânia, de forma que esteja preparada para a diplomacia".

Na opinião do presidente ucraniano, a Rússia "só recorrerá à diplomacia quando perceber que não pode alcançar nada com a força".

"Este é o plano. É exatamente o que precisamos, e devemos criar as condições adequadas para acabar com a guerra", acrescentou.

Em uma entrevista coletiva depois de apresentar o plano na reunião da UE, Zelensky disse que vários governantes expressaram "total apoio".

Pouco antes de viajar para a capital belga, o presidente ucraniano destacou que apresentaria "o plano para a vitória, nosso instrumento para forçar a Rússia à paz".

A presidente do Parlamento Europeu, a conservadora Roberta Metsola, de Malta, disse que o bloco reafirmou de forma "inequívoca" seu apoio à Ucrânia.

Metsola afirmou ainda que o plano de Zelensky é o caminho a seguir.

Zelensky apresentou na quarta-feira ao Parlamento de seu país, em Kiev, as principais diretrizes do plano.

O plano propõe a mobilização de recursos ocidentais de "dissuasão estratégica não nucleares" no país, para convencer a Rússia a concluir a guerra.

- Dificuldades -

Zelensky destacou que os detalhes da proposta foram incluídos em um "anexo secreto" já transmitido aos Estados Unidos, Reino Unido, França, Itália e Alemanha, membros da Otan.

Na quarta-feira, o secretário-geral da Otan, Mark Rutte, disse que era um "sinal forte", mas esclareceu que isso não significava que ele apoia "todo o plano".

Parte da ideia de Zelensky é que a Ucrânia seja convidada imediatamente a entrar para a Otan, o que os membros da aliança militar consideram algo irreal.

O bloco militar transatlântico afirma que a Ucrânia está em uma rota "irreversível" para aderir à aliança, mas não ousa anunciar uma data concreta de adesão.

Além disso, a adesão imediata da Ucrânia à Otan enfrenta resistências dos Estados Unidos e da Alemanha, que buscam evitar um confronto aberto com a Rússia.

Na mesma quarta-feira, a embaixadora dos Estados Unidos na Otan, Julianne Smith, disse que "não estamos neste momento no ponto de discutir um convite a curto prazo".

Rutte afirmou que a Ucrânia "será membro da Otan", mas acrescentou que "se a questão é saber quando isto acontecerá, no momento não posso responder".

Após mais de dois anos e meio de conflito armado, a Ucrânia perde território na região do Donbass diante do avanço das tropas russas.

O governo Zelensky enfrenta pressões para apresentar uma estratégia de saída das hostilidades.

ob-ahg/mb/fp/aa