Kamala Harris tentará atrair os jovens em Wisconsin, um dos estados-chave nas eleições presidenciais americanas, com o objetivo de desempatar as pesquisas com Donald Trump, que está cada vez mais agressivo em seus discursos.

A candidata democrata à Casa Branca falará sobre economia, entre outros temas, em duas universidades deste estado situado às margens dos Grandes Lagos dos Estados Unidos.

"Meu plano econômico permite que empreendedores e proprietários de pequenas empresas coloquem o pé na porta e transformem seus sonhos em realidade", afirmou Kamala nesta quinta-feira (17) na rede social X.

O Wisconsin é um dos seis ou sete estados que provavelmente vão decidir o resultado do pleito de 5 de novembro.

A derrota dos democratas nos estados industriais dos Grandes Lagos - Michigan, Pensilvânia e Wisconsin - entregou as chaves da Casa Branca a Trump em 2016.

Por isso, os dois candidatos fazem de tudo para cortejar os eleitores indecisos.

Em um podcast simpático a Trump veiculado nesta quinta, o candidato republicano falou de economia e migração, e aproveitou, como sempre, para criticar a cobertura dos meios de comunicação.

Em mensagem em sua rede Truth Social, o magnata voltou a pedir que se retire a licença da rede CBS por uma entrevista que Kamala concedeu à emissora, na qual, segundo ele, uma das respostas foi editada.

Nesta quinta, ele classificou a suposta edição da entrevista de "interferência eleitoral" e de "maior escândalo na história da radiodifusão".

No podcast, Trump também falou sobre a guerra na Ucrânia e voltou a alfinetar o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky.

"Zelensky é um dos melhores vendedores que já vi. Cada vez que ele vem, lhe damos 100 bilhões de dólares. Quem mais já conseguiu essa quantidade de dinheiro na história? Nunca houve [ninguém]", disse Trump no podcast PBD, com dois milhões de inscritos.

"E isso não significa que eu não queira ajudá-lo, porque me sinto muito mal por essas pessoas. Nunca deveria ter permitido que essa guerra começasse", acrescentou.

A Ucrânia é um aliado dos Estados Unidos, mas o magnata gaba-se de sua boa relação com o presidente russo, Vladimir Putin. Fez isso inclusive cara a cara com Zelensky em setembro.

À noite, o bilionário comparecerá ao tradicional jantar de gala da Fundação Alfred E. Smith Memorial, que arrecada fundos para organizações beneficentes católicas.

Rompendo com uma tradição de décadas, Kamala, cuja campanha gira em torno da defesa do direito ao aborto, deixou a fundação esperando em setembro ao rejeitar o convite para o jantar de gala. Alegou problemas de agenda.

Os dois candidatos vêm multiplicando sua participação em atos eleitorais com o foco para eleitorados-chave, como os jovens, afro-americanos e latinos, faltando menos de três semanas para o grande dia.

Na noite desta quarta-feira, em uma sessão de perguntas e respostas com latinos no canal Univisión, Trump insistiu em sua retórica anti-imigrante, mas sem explicar como vai deportar os imigrantes em situação irregular.

E correu o risco de perder um potencial eleitor ao dizer que o 6 de janeiro de 2021, quando uma turba de seus simpatizantes invadiu o Capitólio, "foi um dia de amor".

Ele se referia às centenas de milhares de pessoas que foram a Washington porque pensavam que as eleições, que ele perdeu para Joe Biden, haviam sido "fraudadas".

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