O candidato republicano à Casa Blanca, Donald Trump, culpou nesta quinta-feira (17) a Ucrânia, aliado dos Estados Unidos, pela invasão da Rússia, argumentando que o presidente Volodimir Zelensky havia falhado em seu dever de interromper as hostilidades antes que começassem.
Os comentários, feitos em uma entrevista em um podcast simpático ao republicano, provocaram reação imediata, com os críticos acusando o ex-presidente republicano de 78 anos de ser um "traidor" e "idiota".
"Zelensky é um dos melhores vendedores que já vi. Cada vez que ele vem, lhe damos 100 bilhões de dólares. Quem mais já conseguiu essa quantidade de dinheiro na história? Nunca houve [ninguém]", disse Trump no podcast PBD, que tem dois milhões de inscritos.
"E isso não significa que eu não queira ajudá-lo, porque me sinto muito mal por essas pessoas. Nunca deveria ter permitido que essa guerra começasse", acrescentou.
Trump, que enfrenta a vice-presidente democrata Kamala Harris nas eleições de 5 de novembro, passou imediatamente a criticar o presidente Joe Biden, o acusando de ter "instigado" a guerra da Ucrânia.
A campanha de Trump disse à AFP que o republicano estava "claramente falando de Biden", e não de Zelensky, quando fez seus comentários sobre a culpabilidade da guerra.
"Que Traidor desprezível", publicou na rede social X o grupo de pressão Republicanos contra Trump, junto com imagens de suas declarações no podcast.
"É um idiota, e o mundo inteiro se pergunta por que tantos americanos não conseguem ver isso", acrescentou o analista de segurança nacional John Sipher, pesquisador principal do Centro de Eurásia do Atlantic Council.
A Ucrânia informa pouco sobre suas perdas por temor de afetar o moral de seus cidadãos depois de mais de dois anos de invasão russa, mas o Wall Street Journal informou no mês passado que o conflito havia matado ou ferido um milhão de soldados em ambos os lados.
Os Estados Unidos são um dos principais apoiadores da Ucrânia e já desembolsaram mais de 64,1 bilhões de dólares (R$ 363,8 bilhões, na cotação atual) em assistência militar ao governo de Zelensky desde o começo da guerra.
Embora Kiev seja um aliado dos Estados Unidos e Moscou seja considerado um adversário, Trump fez eco de sua boa relação com o russo Vladimir Putin durante uma reunião cara a cara com Zelensky em setembro.
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