O episódio global de branqueamento de corais que começou no ano passado se tornou rapidamente o maior já registrado, afirmou, nesta sexta-feira (18), a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA).
Do início de 2023 até 10 de outubro de 2024, "aproximadamente 77% da área de arrecifes do mundo experimentaram estresse térmico em níveis de branqueamento", disse à AFP Derek Manzello, da NOAA.
O branqueamento em curso, o quarto desde 1998, já tinha superado o recorde anterior de 65,7% em metade do tempo e "segue aumentando de tamanho", acrescentou Manzello.
Os corais, invertebrados marinhos formados por animais translúcidos individuais chamados pólipos, mantêm uma relação simbiótica com as algas que vivem dentro de seus tecidos e lhes fornecem sua principal fonte de alimento.
Quando a água fica quente demais, os corais expulsam as algas e se tornam brancos, um fenômeno denominado de "branqueamento", que os expõe a doenças e à morte.
O último recorde tinha sido registrado durante o terceiro evento de branqueamento global, que durou de 2014 a 2017 e se seguiu a episódios anteriores em 1998 e 2010.
A vigilância do estresse térmico da NOAA se baseia em medições por satélite de 1985 até a atualidade.
Manzello disse que a NOAA confirmou informes de branqueamento maciço de corais em 74 países ou territórios desde fevereiro de 2023.
"Isto inclui lugares no hemisfério norte e sul dos oceanos Atlântico, Pacífico e Índico", disse ele por e-mail à AFP.
Cerca de 850 milhões de pessoas em todo o mundo dependem dos arrecifes de coral para obter alimentos, trabalho e proteger os litorais de tempestades e da erosão, segundo a ONG WWF.
Estes ecossistemas são um refúgio para a vida oceânica e mais de um quarto das espécies marinhas o consideram seu lar.
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