As democracias ocidentais, em particular os Estados Unidos, Canadá, França, Alemanha e Bélgica, foram acusadas nesta sexta-feira (18) na ONU de reprimir "duramente" o direito de se manifestar em favor da causa palestina, especialmente no início da guerra na Faixa de Gaza.
Em um documento apresentado à Assembleia Geral e à imprensa, a relatora especial sobre a promoção e proteção do direito à liberdade de opinião e expressão, Irene Khan, também acusou Israel de realizar "assassinatos seletivos de jornalistas nos Territórios Palestinos Ocupados" e de cometer "graves ataques" a meios de comunicação.
Essa advogada de direitos humanos de Bangladesh, especialista independente da ONU desde 2020, criticou "vários países europeus por impor restrições à liberdade de expressão, reprimir protestos contra a carnificina em Gaza e proibir manifestações pró-palestinos".
Ela destacou, ainda, que "as manifestações em campi universitários dos Estados Unidos foram duramente reprimidas", referindo-se à intervenção da tropa de choque da polícia no final de abril para dispersar dezenas de ativistas pró-palestinos que ocupavam várias universidades.
Quanto aos países europeus, Khan apontou para a "Alemanha, que impôs uma proibição total das manifestações pró-palestinos no mês de outubro passado". "Nunca às manifestações pró-Israel, mas sempre às pró-Palestina", enfatizou.
"A França tentou tomar as mesmas medidas, mas os tribunais as rejeitaram, e a avaliação é feita caso a caso", continuou, mencionando "Bélgica e Canadá, que adotaram posições idênticas".
Khan também condenou Israel pelos "graves ataques aos meios de comunicação nos Territórios Palestinos Ocupados - Gaza, Cisjordânia e Jerusalém Oriental -, os assassinatos seletivos de jornalistas, as detenções arbitrárias, as dezenas de casos de destruição de infraestruturas e equipamentos de imprensa em Gaza, e a recusa em permitir a entrada da imprensa internacional".
"O endurecimento da censura em Israel e nos Territórios Ocupados sugere que as autoridades israelenses têm uma estratégia para silenciar o jornalismo crítico", concluiu.
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