Donald Trump e Kamala Harris pedem, nesta terça-feira (22), o voto dos latinos quando faltam duas semanas para uma das eleições mais disputadas da história contemporânea dos Estados Unidos.
Com o empate técnico nas pesquisas de intenção de voto, a vice-presidente democrata de 60 anos e o ex-presidente republicano, de 78, investem milhares de dólares em um último empurrão para convencer os eleitores indecisos e inclinar a balança a seu favor.
Cerca de 18 milhões de americanos já votaram por correio ou pessoalmente, o que representa mais de 10% do total em 2020. Nessas eleições, a participação pode ser o fator decisivo para conseguir as chaves da Casa Branca.
Em eleições em que cada voto conta, os candidatos tentam atrair comunidades inteiras como a população negra e os latinos.
Pelo menos 17,5 milhões de hispânicos votarão nessas eleições, segundo o Fundo Educativo da Associação Nacional de Funcionários Latinos Eleitos e Designados (Naleo).
Portanto, eles podem fazer a diferença, especialmente nos sete estados decisivos, assim chamados porque não se inclinam para nenhum dos partidos, mas escolhem com base no candidato.
A maioria dos latinos vota nos democratas, mas Trump tem conquistado os votos dos hispânicos desde que entrou na política, especialmente entre os homens.
Kamala concederá uma entrevista nesta terça-feira para a rede de língua espanhola Telemundo, que transmitirá trechos à tarde e a publicará na íntegra na quarta-feira.
É provável que ela se concentre no poder aquisitivo, que é o que mais preocupa esses eleitores e o restante dos cidadãos, e no acesso à moradia.
Donald Trump, cuja retórica anti-imigração torna-se mais radical a cada dia, participará de uma mesa redonda com eleitores latinos em uma de suas propriedades na Flórida.
Mais tarde, ele irá para a Carolina do Norte, onde já esteve na segunda-feira, para um comício de campanha sobre economia.
Ele raramente se atém ao assunto em seus comícios. Ele tende a se perder em monólogos e faz ameaças sobre o uso das Forças Armadas contra aqueles que discordam dele, a quem chama de "o inimigo interno".
Seja qual for o resultado da eleição, os americanos farão história em 5 de novembro: elegerão uma mulher para o cargo ou o primeiro presidente com uma condenação criminal.
Algumas pesquisas dão ao republicano uma ligeira vantagem, mas dentro da margem de erro.
O ex-presidente ainda se recusa a aceitar sua derrota na eleição de 2020 para o democrata Joe Biden, aumentando os temores de que contestará o resultado se perder.
- Duas visões -
Kamala tem dois trunfos na reta final da campanha: Barack e Michelle Obama.
O ex-presidente democrata e a ex-primeira-dama realizarão comícios nos próximos dias em três dos sete estados-chave.
Os democratas criticam a aptidão física e mental de Trump para ocupar o Salão Oval.
Mas os comícios do republicano estão repletos de apoiadores ferrenhos, convencidos de que ele é vítima de perseguição política.
Os democratas também tentam atrair os republicanos moderados que se desencantaram com a retórica e os escândalos de Trump.
Kamala se apresenta como uma "guerreira alegre" que quer virar a página dos anos Trump e passar para uma nova geração de liderança política.
O ex-presidente conservador promete uma deportação em massa de imigrantes sem documentos e atrair empresas para os Estados Unidos impondo tarifas de 100%, ou até 200%, sobre produtos fabricados no exterior.
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