Khalilah Camacho-Ali, ex-esposa da lenda do boxe Muhammad Ali, chegou nesta sexta-feira a Cabul para "construir um estádio", segundo as autoridades talibãs, que proíbem as mulheres de praticar esportes.
A autoridade de esportes do governo talibã anunciou à AFP a chegada de Camacho-Ali, cujo casamento com Muhammad Ali em 1967 durou uma década.
A imprensa estatal informou que ela construirá "um estádio esportivo chamado 'Pirozi'", que significa "vitória" em dari, e fundará "uma associação esportiva com o nome de Muhammad Ali".
Chamada de Belinda Boyd quando nasceu em 1950 nos Estados Unidos, Camacho-Ali mudou de nome ao se converter ao islã, assim como seu marido, nascido Cassius Clay, apelidado de "O Maior" e que abalou as convenções dentro e fora do ringues, com sua luta a favor dos direitos sociais e contra a Guerra do Vietnã.
Ao aplicar a lei islâmica com extremo rigor, os talibãs impuseram um "apartheid de gênero" desde o seu retorno ao poder em 2021, segundo a ONU.
No final de 2022, o Ministério da Propagação da Virtude e Prevenção do Vício proibiu as mulheres afegãs de frequentarem centros esportivos, alegando violações ao rigoroso código de vestimenta.
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