O Ministério Público da Venezuela anunciou, nesta sexta-feira (25), uma investigação por corrupção contra 351 líderes e ativistas e 15 partidos políticos da oposição no caso da CITGO, subsidiária da petrolífera estatal PDVSA nos Estados Unidos, onde enfrenta um processo de leilão judicial.
Washington assumiu o controle da CITGO da administração do presidente Nicolás Maduro para entregá-la ao fracassado "governo interino" do líder da oposição exilado Juan Guaidó, que foi reconhecido pela Casa Branca em uma ofensiva diplomática para retirar o presidente de esquerda do poder.
A empresa enfrenta um processo de "venda forçada" no sistema judicial dos EUA devido a exigências de credores por expropriações e dívidas superiores a 20 bilhões de dólares (113,9 bilhões de reais na cotação atual).
"Nomeamos procuradores nacionais com plena competência" para "fazer avançar esta investigação", afirmou o procurador-geral, Tarek William Saab, após receber um relatório do Parlamento, controlado pelo chavismo (no poder), que solicitava a atuação do Ministério Público.
O relatório, aprovado na terça-feira passada pelo Parlamento, tem como alvo dezenas de líderes e organizações políticas, incluindo a Mesa da Unidade Democrática, que nomeou o diplomata Edmundo González Urrutia contra Maduro nas eleições presidenciais de 28 de julho, denunciadas pela oposição como uma fraude após a proclamação de Maduro para um terceiro mandato (2025-2031).
O documento pede a investigação de líderes como María Corina Machado e o ex-candidato presidencial Manuel Rosales, assim como dos principais partidos da oposição: Ação Democrática, Vontade Popular e Primeiro Justiça.
Estão ligados a crimes como associação criminosa, usurpação de funções, apropriação indébita de bens da República e traição à pátria.
"É um documento valioso, uma investigação muito séria", disse Saab, que descreveu o caso como "um dos piores esquemas de corrupção que a Venezuela já conheceu".
Na sessão legislativa de terça-feira, o presidente do Parlamento, Jorge Rodríguez, pediu que "sejam imediatamente apuradas as responsabilidades políticas, administrativas, mas sobretudo criminais".
Em 3 de julho, um tribunal de apelações de Nova York anulou uma decisão judicial que favorecia os detentores de títulos da PDVSA para cobrar as suas dívidas com a liquidação da CITGO, uma decisão que por enquanto protege essa empresa de um leilão de ações.
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