O ex-presidente boliviano Evo Morales exigiu nesta segunda-feira (28) a demissão dos ministros de Governo e de Defesa devido a um atentado contra sua vida que, segundo ele, foi perpetrado por um grupo militar e policial.
No domingo, o ex-presidente de 65 anos denunciou em um vídeo um ataque a tiros contra o veículo em que se deslocava na região do Chapare, no centro do país.
Morales - que saiu ileso, embora seu motorista tenha ficado ferido - insistiu em culpar o governo de seu ex-ministro Luis Arce, com quem está em conflito pela candidatura da esquerda governista em 2025.
"Se Luis Arce não deu as ordens para nos matar, ele deve demitir e processar imediatamente seus ministros de Defesa e de Governo, Edmundo Novillo e Eduardo Del Castillo", afirmou na rede social X.
Segundo Morales, seu veículo recebeu 14 disparos. O governo de Arce prometeu "uma investigação imediata e minuciosa" para esclarecer a denúncia sobre esse incidente, que aumentou a tensão social e política na Bolívia.
Há duas semanas, apoiadores do ex-presidente (2006-2019) realizam bloqueios de estradas no centro do país em protesto contra a provável detenção de Morales por ordem do Ministério Público.
Ele está sendo investigado por suposto abuso de uma menor quando estava no poder. Morales rejeita a acusação como "mais uma mentira" orquestrada pelo governo de Arce para tirá-lo da disputa presidencial.
O vice-ministro de Segurança Cidadã, Roberto Ríos, não descartou que possa ter sido um "autoatentado".
O Comando em Chefe das Forças Armadas negou qualquer envolvimento no suposto atentado denunciado pelo ex-presidente e pediu "calma" a seus apoiadores, após ameaçarem tomar os quartéis.
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