A relativa contenção dos ataques israelenses contra o Irã no sábado derrubou os preços do petróleo nesta segunda-feira (28), e o mercado voltou a pensar na demanda da commodity, insuficiente diante de uma oferta que cresce.
O barril de tipo Brent, negociado em Londres para entrega em dezembro, caiu com força, 6,09%, para 71,42 dólares. Já o West Texas Intermediate (WTI), negociado no mercado americano com vencimento no mesmo mês, desabou 6,13%, a 67,38 dólares.
O mercado respira aliviado já que os ataques de Israel contra o Irã foram "mais limitados que o esperado e não visaram a infraestrutura petrolífera iraniana", afirmou Ipek Ozkardeskaya, analista da Swissquote.
Israel atacou locais militares iranianos em resposta à ofensiva de Teerã de 1º de outubro sobre o seu território.
"Não é o último capítulo da saga Oriente Médio", advertiu Andy Lipow, da Lipow Oil Associates, que não exclui que este enfraquecimento leve a commodity a níveis mínimos no ano, como no início de setembro.
"Poderíamos caminhar para uma espécie de equilíbrio regional, que reduza os riscos de danos a instalações petrolíferas", antecipou em uma nota Daniel Ghali, da TD Securities.
O analista considera que a recente evolução dos preços poderia "levar a vendas importantes" por parte dos fundos de investimento.
A redução dos riscos geopolíticos levou o mercado a se concentrar nos fundamentos: demanda incerta diante de uma oferta abundante.
"Tudo se concentra na China", opina James Williams, da WTRG Economics. "Sua economia não parece em forma, mas ainda não sabemos se será reativada ou não."
Além disso, o aumento da produção nos Estados Unidos para níveis recorde, e também em Canadá, Brasil e Guiana, entre outros, "reforça os temores de uma oferta abundante em demasia", segundo Lipow.
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