Invocando seu direito à defesa, Israel e Irã trocaram acusações, nesta segunda-feira (28), de ameaçar a paz no Oriente Médio durante uma reunião do Conselho de Segurança da ONU, convocada após os recentes ataques israelenses contra instalações militares iranianas.

"A agressão israelense contra o Irã é evidente e não ocorre de forma isolada. Este ataque agressivo faz parte de um padrão mais amplo de agressão e impunidade sem controle com o qual Israel segue desestabilizando toda a região", afirmou o embaixador do Irã nas Nações Unidas, Amir Saeid Iravani.

"A violação persistente e sistemática do direito internacional por parte de Israel, sua agressão contra o Irã e seu crime continuado na Palestina e no Líbano, assim como na Síria e no Iêmen", representam "uma ameaça direta para a paz e a segurança internacionais e exigem uma condenação inequívoca" do Conselho, alegou o diplomata iraniano, após os ataques de sábado contra alvos militares em seu país.

Ele também repetiu as ameaças de represália aos bombardeios, executados em resposta aos ataques com mísseis iranianos contra Israel em 1º de outubro.

"A República Islâmica do Irã se reserva o direito inerente de responder no momento em que desejar", advertiu o embaixador, afirmando que seu país "tem defendido sistematicamente a diplomacia como a via para abordar os desafios regionais".

Seu par israelense, Danny Danon, assegurou que seu país apenas se defendeu após os "ataques brutais" de 1º de outubro. "Prometemos que suas ações não ficariam sem resposta" e "essas promessas estão sendo cumpridas hoje", acrescentou.

"O Irã tem semeado a violência, o caos e a destruição em todo o Oriente Médio. Mas esta violência não se limita às fronteiras de Israel. Ameaça a estabilidade regional, a segurança mundial e a estabilidade econômica", completou o enviado israelense.

"Hoje, somos nós, é Israel em sua encruzilhada. Mas amanhã poderia ser qualquer uma das nações aqui representadas. Não se enganem", alertou, pedindo sanções "paralisantes" contra Teerã, em particular para impedir que um "regime lunático" obtenha armas nucleares.

Os Estados Unidos, em clara oposição ao Irã, reiteraram o apoio a seu aliado israelense.

"Nossa mensagem para o Irã também segue sendo clara: se decidir empreender novos atos agressivos contra Israel ou o pessoal americano na região, haverá graves consequências. Não hesitaremos em agir em defesa própria", assegurou a embaixadora americana Linda Thomas-Greenfield, ao mesmo tempo em que ressaltou que Washington não quer "mais escaladas" na região.

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