O Sistema de Arrecife Mesoamericano (SAM), a maior barreira de corais transfronteiriça do mundo, que se estende por México, Belize, Guatemala e Honduras, está longe de recuperar sua saúde, alertaram especialistas nesta terça-feira (29).
Segundo um relatório elaborado pela iniciativa "Healthy Reefs for Healthy People", que realiza um monitoramento desde 2008, 39% da barreira de corais se encontra em más condições e 23% em situação crítica.
Este sistema se estende por mais de 1.000 km de litoral dos quatro países e é um lugar-chave para a biodiversidade, pois é lar de centenas de espécies marinhas, segundo a ONG Fundo Mundial para a Natureza (WWF, na sigla em inglês).
O documento apresentado nesta terça no balneário mexicano de Cancún (Quintana Roo, sudeste) indica que a saúde dos corais se viu afetada pela síndrome de branqueamento, um fenômeno provocado pelo aumento da temperatura nos oceanos.
Os corais, invertebrados marinhos formados por animais translúcidos individuais chamados pólipos, mantêm uma relação simbiótica com as algas que vivem dentro de seus tecidos e lhes proporcionam sua principal fonte de alimento.
Quando a água está muito quente, os corais expulsam as algas e perdem suas cores características, um efeito chamado de "branqueamento", que os deixa expostos a doenças e a morrer.
O SAM também se viu afetado pela atividade humana no litoral e pelas descargas de água contaminada no subsolo, segundo especialistas.
No México, este ecossistema se estende pelo litoral do estado de Quintana Roo, na Península de Yucatán. Segundo o diagnóstico, apenas 2% do segmento que corresponde a águas mexicanas tem uma saúde ótima e apenas 7% possui uma classificação "boa".
Em Belize, Guatemala e Honduras já não se encontra nenhuma porção do arrecife em condições ótimas, só pequenos segmentos que vão de condição "boa" a "crítica".
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