O príncipe William, após vários meses fora dos holofotes, devido ao câncer de sua esposa Catherine, volta à cena com um documentário centrado em seu compromisso com as pessoas sem moradia e no qual se lembra de sua mãe. 

Após ser visto recentemente em jogos de futebol de sua equipe, Aston Villa, ou da seleção inglesa, como a final perdida na Eurocopa contra a Espanha em julho, salta agora ao terreno de jogo com esse documentário chamado "Prince William: We Can End Homelessness". 

William, de 42 anos, tenta chegar a uma grande audiência com esse documentário, dirigido por Leo Burley, vencedor de um BAFTA, o Oscar britânico, em 2023, que será transmitido nesta quarta e quinta-feiras na rede britânica ITV e na sexta-feira no Disney+. 

No documentário, além de mostrar sua luta em defesa dos sem-teto, aparecem lembranças de sua infância ao lado de sua mãe, Diana, morta em um acidente de trânsito em Paris em 1997, que também se dedicou a mesma causa. 

Em 1993, a então princesa Diana de Gales levou ao atual herdeiro do trono britânico a visitar a The Passage, uma organização beneficente londrina, fundada em 1980, onde William conversou e jogou xadrez com pessoas sem moradia. 

- Legado de sua mãe -

Foi sua mãe que lhe transmitiu esse interesse pelos sem-teto, e que o próprio William tenta passar para seus três filhos, George, Charlotte e Louis. 

"Quando era pequeno, minha mãe começou a me falar sobre a falta de moradia, como faço com meus filhos quando os levo à escola e vemos pessoas que dormem nas ruas", explica William no documentário. 

Em setembro, sua esposa Catherine, de 42 anos, anunciou que havia encerrado o tratamento de quimioterapia ao qual estava sendo submetida, depois de anunciar em março que estava com câncer, cuja natureza não foi revelada.

O documentário narra o trabalho de Homewards, um programa de cinco anos lançado pela fundação de Catherine e William, que trabalha em seis cidades do Reino Unido e que busca demonstrar que é possível acabar com o problema das pessoas em situação de rua. 

Esse documentário chega quase dois meses depois, em uma aparição pouco habitual de William, menos amigável aos holofotes que seu irmão mais novo, Harry, com quem possui uma relação distante, que se deixa ver mais em filmagens, como a que protagonizou ao lado de sua esposa, Meghan, na Netflix no final de 2022. 

Naquela série documental, cheia de polêmica, Harry e Meghan, repassaram suas tempestuosas relações com o resto da família real. 

Harry tem sido pródigo em menções à sua mãe nas diferentes gravações das quais participou e, desta vez, é a vez de William, que mostra fotos inéditas de Diana Spencer no documentário.

- Menção ao seu irmão Harry -  

Quando visitou aquele centro chamado The Passage, ao lado de sua mãe e seu irmão, Harry, tinha dez anos e começava a ter consciência de um mundo que nada tinha a ver com o seu. 

"Ela nos levou, Harry e eu (a esse centro). Eu estava um pouco nervoso, realmente não sabia o que esperar", recorda-se William em um trecho do documentário que foi transmitido antes de sua veiculação. 

Essa simples menção ao seu irmão é importante por ser a primeira vez que fala dele em seis anos.

“Minha mãe demonstrou sua capacidade habitual de fazer com que todos se sentissem à vontade, rindo e brincando com todos. Lembro-me de ter pensado que, se eles são sem-teto, devem estar tristes, mas fiquei surpreso ao ver uma atmosfera tão alegre”, lembrou ele neste trecho da transmissão. 

Para Pauline Maclaran, professora da Royal Holloway University, esse documentário e sua luta em defesa dos sem-teto é “uma oportunidade de deixar uma marca”. 

Quase 3.900 pessoas dormem na rua todas as noites na Inglaterra, de acordo com dados oficiais. 

E para a monarquia, preocupada com sua popularidade, é uma tentativa de “alcançar um público mais jovem”, diz Maclaran.

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