Autoridades carcerárias iranianas amputaram os dedos de dois homens condenados por roubo, uma punição raramente aplicada neste país onde o código penal permite seu uso, denunciaram organizações defensoras de direitos humanos nesta quarta-feira (30). 

Os dois homens, irmãos de origem curda, tiveram os quatro dedos da mão direita amputados por uma guilhotina na prisão de Urmia, no noroeste do Irã, segundo relatórios de várias ONGs. 

Depois foram enviados ao hospital para receber cuidados médicos, revelaram esses documentos. 

A organização Human Rights Activists News Agency (HRANA), com sede nos Estados Unidos, afirmou que os dois irmãos, Shahab e Mehrdad Teimuri, foram inicialmente presos em 2019 por roubo e condenados à prisão e à amputação dos dedos. 

Segundo o grupo Hengaw, com sede na Noruega e que denuncia frequentemente as violações de direitos humanos no Curdistão e no Irã, os dois homens não tiveram direito a se comunicar com o exterior nem a receber visitas desde sua condenação. 

"As amputações como castigo são proibidas no direito internacional, em particular mediante a proibição da tortura e de tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes, como estipulam a Convenção contra a Tortura e o Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos, do qual Irã é signatário", recordou o Center for Human Rights in Iran, com sede em Nova York. 

A amputação dos dedos está autorizada na República Islâmica do Irã em aplicação da sharia. Segundo o Centro Abdorraham Borumand, com sede nos Estados Unidos, as autoridades iranianas amputaram os dedos de pelo menos 131 homens desde janeiro de 2000. 

A aplicação dessas penas, no entanto, tem sido menos frequente nos últimos anos. 

Segundo a Anistia Internacional, um homem teve os dedos amputados em maio de 2022, assim como outro condenado por roubo em julho de 2022, na prisão de Evin na capital, Teerã. 

Os condenados a essa pena têm quatro dedos amputados da mão direita, restando apenas o polegar.

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