Cientistas do México e dos Estados Unidos descobriram um sítio arqueológico maia que se estende por mais de 16 km² no meio da selva do sudeste do México, informou o governo nesta quarta-feira (30).

O lugar, chamado Valeriana por causa de sua proximidade com uma lagoa de mesmo nome no estado de Campeche, tem "vestígios de infraestrutura agrícola e estruturas típicas de um sítio maia do período clássico (250-900 d.C.)", disse o Instituto Nacional de Antropologia e História (INAH) em um comunicado.

Os cientistas reconheceram duas áreas principais com traços de arquitetura monumental, acrescentou a instituição.

A maior delas "tem praças fechadas conectadas por uma estrada larga, edifícios piramidais, um jogo de bola", bem como "um reservatório formado pela represa de um riacho", explicou o INAH.

A outra parte apresenta um complexo arquitetônico do tipo conhecido como "Grupo E", associado à era pré-clássica da civilização maia, e indicaria "a existência de uma etapa fundacional anterior ao ano 150 de nossa era", acrescentou.

A localização foi obtida por meio da revisão de um mapeamento realizado em 2013 para fins de monitoramento florestal e que utilizou a tecnologia LiDAR, que permite mapear grandes extensões de terra usando lasers.

Para o estudo, realizado por pesquisadores do INAH e das universidades americanas de Tulane e Houston, foram selecionados 122 km², dentro dos quais foram identificadas 6.479 estruturas, com uma densidade de 52,9 elementos arquitetônicos por quilômetro quadrado.

"Essa densidade é comparável à de sítios maias como Calakmul, Oxpemul e Becán", disse Adriana Velázquez Morlet, diretora do INAH Campeche e coautora da pesquisa, citada no comunicado.

Os pesquisadores destacam que a descoberta de Valeriana "esclarece a densidade populacional do Campeche pré-hispânico e demonstra que ainda existem áreas importantes para estudar" nos antigos territórios maias do México.

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