A Inglaterra vai instalar "zonas de proteção" ao redor das clínicas que realizam abortos em Inglaterra e País de Gales, para garantir a proteção das mulheres e manter à distância os militantes antiaborto, anunciou o governo britânico nesta quinta-feira (31, data local).
Esta medida foi aprovada em 2023, mas sua aplicação foi protelada sob o governo conservador.
Um "perímetro de 150 metros será instalado ao redor de todas as clínicas e hospitais que oferecem serviços de aborto", indica o comunicado do Ministério do Interior.
Nesse perímetro, "o ato de influenciar [...] sobre a decisão de uma mulher de optar pelo aborto será uma infração penal", detalha o comunicado.
Além disso, a Crown Prosecution Service (o Ministério Público do Reino Unido) publicou "instruções" à polícia e às promotorias para possibilitar a boa aplicação da lei.
"Estou convencida de que as garantias que instalamos hoje terão um impacto ao ajudar as mulheres a se sentirem mais seguras ao lhes dar meios para acessar os serviços essenciais que necessitam", declarou a secretária de Estado encarregada da polícia Diana Johnson, citada na nota.
Em fevereiro, um pregador cristão foi condenado por se manifestar próximo de uma clínica que realiza abortos no oeste de Londres. Este homem de 72 anos exibiu um cartaz com um salmo da Bíblia.
O tribunal o declarou culpado e determinou medidas de controle por 12 meses, além do pagamento de 2.426 libras esterlinas (pouco mais de R$ 18 mil) de custas judiciais.
O pregador havia se manifestado dentro de uma área de proteção, a primeira do tipo, instalada pela administração local.
Grupos antiaborto afirmam que a proibição dessas orações são uma ameaça à liberdade de expressão e às crenças religiosas.
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