A opositora venezuelana María Corina Machado negou, nesta terça-feira (1º), que teria planos para um exílio, dias após o presidente Nicolás Maduro ter afirmado que ela pretendia deixar a Venezuela. 

"Aqui quem está indo embora é Nicolás Maduro. Eu continuo com os venezuelanos", comentou Machado em videoconferência com correspondentes estrangeiros.

"Aqui seguimos de frente, perto dos venezuelanos, apesar das circunstâncias", afirmou a dirigente, que está na clandestinidade após ameaças de prisão.  

A oposição denuncia fraude na reeleição de Maduro para um terceiro mandato de seis anos (2025-2031) em 28 de julho e reivindica a vitória do candidato Edmundo González Urrutia.

No sábado, o governante de esquerda afirmou que Machado planejava deixar o país, assim como González Urrutia, que está exilado na Espanha.

"Hoje eu digo, a suposta abelha-rainha ficou sem abelhas e está preparando malas da marca Gucci (...) Está se preparando para sair também", disse Maduro, criticando a participação hoje nas manifestações convocadas pela ex-parlamentar. 

"O enxame que chamaram não tinha abelhas", ironizou.

Machado questiona a "brutal repressão" aos protestos pós-eleitorais, com 27 mortos, dois deles militares, quase 200 feridos e mais de 2.000 detidos.

Maduro foi proclamado vencedor com 52% dos votos pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), de linha governista, que ainda não divulgou um escrutínio detalhado como exigido por lei, alegando que o seu sistema automatizado foi alvo de um ciberataque. 

A oposição, liderada por Machado, publicou em um site cópias de cerca de 80% das atas eleitorais, o que comprovaria a vitória de González Urrutia. O chavismo nega que a ação tenha validade.

Estados Unidos, União Europeia e vários países latino-americanos não reconheceram a reeleição de Maduro.

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