O grupo francês TotalEnergies anunciou, nesta terça-feira (1º), investimentos de 10,5 bilhões de dólares (R$ 57,2 bilhões) no Suriname para a exploração de um bloco offshore com capacidade para produzir 200.000 barris diários, que deve começar a operar em 2028.

Patrick Pouyanné, diretor-geral da petroleira; o presidente surinamês, Chan Santokhi; e o chefe da estatal Staatsolie, Annand Jagesar, formalizaram, durante reunião em Paramaribo, a Decisão Final de Investimentos (FID, sigla em inglês) para explorar o campo Gran Morgu, a 150 km da costa do país caribenho.

"Eu garanto ao presidente que a produção vai começar em 2028", disse Pouyanné. "Hoje é um dia histórico para o Suriname, um dia que ajudará a determinar o nosso futuro", comemorou Santokhi.

O Gran Morgu, que abrange os poços Sapakara e Krabdagu, tem reservas de petróleo estimadas em 750 milhões de barris.

"O investimento total é estimado em cerca de 10,5 bilhões de dólares", explicou a empresa francesa, que, a princípio, havia previsto investimentos de US$ 9 bilhões (R$ 49 bilhões).

O bloco 58, onde está o campo, é operado pela TotalEnergies, com participação de 50%, enquanto a companhia de energia americana US APA Corporation detém atualmente os 50% restantes.

Esses percentuais poderiam diminuir se a estatal Staatsolie exercer sua opção de ingressar ao capital do projeto, com uma participação que poderia chegar 20%.

Jagesar anunciou que a empresa vai emitir bônus em dólares no primeiro trimestre de 2025 para financiar essa opção.

"Criaremos 2.000 empregos diretos e de 4.000 a 5.000 empregos indiretos", afirmou Pouyanné.

O bloco, próximo a uma área controlada pela ExxonMobil na vizinha Guiana, é o primeiro projeto petroleiro offshore desse país. A vida útil do campo é estimada entre 20 e 25 anos, e o Suriname espera obter uma receita entre 16 bilhões e 26 bilhões de dólares por meio de benefícios, ganhos por exploração e impostos, dependendo do preço do petróleo, disse Santokhi.

O Suriname, que estava em default desde julho de 2020, reestruturou sua dívida nos últimos quatro anos, no âmbito de um programa com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Em março, a Staatsolie anunciou um contrato com a própria TotalEnergies e a QatarEnergy para a exploração de outros blocos, e no mês passado assinou dois convênios de produção compartilhada com a PetroChina Investment Suriname B.V. (PetroChina), filial da China National Petroleum Corporation.

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