Estudantes universitários e professores argentinos protestam nesta quarta-feira (2) em uma marcha em repúdio ao ajuste econômico do governo de Javier Milei, determinado a vetar uma lei recém-aprovada pelo Congresso que visa melhorar o orçamento das universidades. 

O governo qualificou a marcha como "política" e as reivindicações por aumentos salariais dos professores como "injustificadas", no quadro de um cenário social cada vez mais tenso e de um declínio acentuado da popularidade do presidente, segundo as pesquisas. 

O protesto, com o apoio de sindicatos e organizações sociais, concentra-se em uma lei aprovada em 13 de setembro que recompõe os salários dos professores e trabalhadores das universidades públicas para confrontar o impacto da inflação de 236% na comparação anual em agosto. 

O governo chamou os legisladores de "degenerados fiscais" por aprovarem uma lei cujo impacto fiscal foi estimado em 0,14% do Produto Interno Bruto, segundo o Gabinete de Orçamento do Congresso, e Milei prometeu que a vetaria, para qual o prazo expira na quinta-feira.

"O que nos opomos é que o Congresso aprove leis que não tenham um item orçamentário atribuído, ou seja, que não possam ser financiadas", disse o porta-voz presidencial Manuel Adorni na segunda-feira. 

A marcha quer pressionar o Congresso para que não ratifique o veto presidencial. Está convocada a partir das 17h locais em todo o país.

Os organizadores buscam repetir a maciça manifestação universitária de 23 de abril, a maior até agora contra uma política de Milei, após a qual o governo reforçou fundos para despesas de infraestruturas e hospitais universitários.

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