O Fundo Monetário Internacional (FMI) vê “indícios de uma incipiente recuperação” econômica na Argentina, mas enfrentar as altas taxas de pobreza “segue sendo uma prioridade”, afirmou nesta quinta-feira (3) uma porta-voz da organização.
Desde a oitava revisão, o governo do presidente liberal Javier Milei "continuou implementando o programa" de crédito de 44 bilhões de dólares contratado com o FMI.
A implementação do programa "resultou em uma redução da inflação e do déficit fiscal, e há sinais de uma recuperação incipiente da atividade e dos salários reais, mas ainda existem vários desafios", declarou Julie Kozack em coletiva de imprensa em Washington.
O índice de pobreza no país disparou para 52,8%, em parte devido a uma política de ajuste fiscal focada na redução de gastos e da inflação.
Enfrentar "essas altas taxas de pobreza e garantir que o crescimento seja mais inclusivo continua sendo uma prioridade", disse a porta-voz do FMI. "As autoridades ampliaram programas de assistência social bem direcionados que beneficiam mulheres e crianças pobres", acrescentou.
Nos primeiros três meses do ano, a Argentina registrou um superávit fiscal de 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB), embora às custas de uma contração da atividade que fez o PIB cair 1,7% no segundo trimestre em comparação ao anterior, aprofundando a recessão e o desemprego.
De acordo com o FMI, "as medidas contínuas para reduzir a inflação e as reformas para promover o emprego e o investimento devem levar a uma maior melhoria dos salários reais e da atividade econômica no futuro".
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