Os países do G20 comprometeram-se nesta quinta-feira no Brasil a promover mecanismos financeiros inovadores para enfrentar a emergência climática, no momento em que uma onda de incêndios recorde atinge a Amazônia, maior floresta tropical do planeta.

"As perdas humanas e ambientais em todo o mundo deixam clara a necessidade urgente de tomar medidas maiores para responder à nova realidade global”, diz a declaração aprovada pelos ministros do Meio Ambiente das 20 maiores economias do mundo no encerramento de uma reunião no Rio de Janeiro.

“Os impactos das mudanças climáticas já são sentidos em todo o mundo, afetando de forma mais severa as regiões e os países vulneráveis, com inundações sem precedentes, secas extremas, ondas de calor acima da média e outros eventos que ainda não estamos totalmente preparados para enfrentar”, ressalta o texto.

Com 80% da população mundial, o G20 representa cerca de 80% das emissões de carbono e 75% da geração de resíduos. A ministra brasileira do Meio Ambiente, Marina Silva, ressaltou que os países do grupo têm grande responsabilidade e devem "ajudar a liderar o enfrentamento da crise climática”.

O Brasil, que preside neste ano o G20, sofreu em maio com inundações históricas na região Sudeste e enfrenta atualmente uma onda de incêndios recorde, alimentada por secas sem precedentes. Esses eventos extremos são favorecidos pelas mudanças climáticas, apontam especialistas.

A mobilização de recursos financeiros para mitigar o aquecimento global está no centro das discussões do G20, que serão concluídas durante uma reunião de chefes de Estado e governo no mês que vem, no Rio de Janeiro.

“Para atingir esses objetivos, consideraremos ferramentas econômicas inovadoras, como pagamentos por serviços ecossistêmicos", diz a declaração.

O Brasil quer promover o Tropical Forest Facility Fund (TFFF), um instrumento de investimento “complexo” que pretende estar operacional no próximo ano, quando a cidade de Belém receber a COP30 do clima.

No mês passado, os esforços ambientais do G20 foram questionados por organizações de defesa do meio ambiente, que denunciaram uma falta de compromisso do grupo em avançar para uma transição que elimine o uso de energias fósseis. As críticas se basearam em um rascunho da declaração sobre o clima que o G20 vai apresentar em Washington após uma reunião ministerial no fim do mês, que não menciona as energias fósseis.

ll/nn/lb

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