Os tunisianos votam neste domingo (6) em eleições presidenciais que têm o chefe de Estado em final de mandato, Kais Saied, como favorito e que suscitam pouco entusiasmo entre a população, mais preocupada com suas dificuldades financeiras do que com a "deriva autoritária" denunciada pela sociedade civil. 

Os locais de votação abriram às 8h (4h em Brasília) para os 9,7 milhões de eleitores registrados, confirmaram jornalistas da AFP.

A autoridade eleitoral do ISIE espera resultados preliminares "o mais tardar" na quarta-feira. 

No berço das revoltas democráticas da Primavera Árabe de 2011, apenas dois candidatos foram autorizados a disputar a posição de Saied, de 66 anos, dos 17 postulantes iniciais, descartados pelo ISIE por supostas irregularidades. 

O primeiro é um ex-deputado da esquerda pan-árabe, Zouhair Maghzaoui, de 59 anos, e o segundo, Ayachi Zammel, é um industrial liberal de 47 anos, desconhecido do público em geral, mas que está preso desde que sua candidatura foi confirmada no início de setembro. 

O presidente "bloqueou as eleições" e deverá "vencer sem dificuldade", declarou o especialista do International Crisis Group, Michael Ayari, que estimou uma abstenção "forte".  

Saied, eleito em 2019 com cerca de 73% dos votos, ainda era popular quando assumiu o cargo em 2021, prometendo trazer a ordem após anos de instabilidade política.  

Três anos depois, ONG tunisianas e estrangeiras, bem como a oposição, denunciam uma "deriva autoritária" do poder, com o desmantelamento dos contrapoderes estabelecidos em 2011 e a repressão da sociedade civil.

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