O Exército ucraniano afirmou nesta segunda-feira (7) que bombardeou "o maior" terminal petrolífero da Crimeia, península ucraniana anexada por Moscou em 2014, enquanto a Rússia reivindicou a tomada de uma nova localidade no leste da Ucrânia.

Kiev enfrenta há um ano dificuldades no front leste, onde as forças russas avançam em direção a Pokrovsk, uma cidade-chave para a logística das Forças Armadas ucranianas.

As tropas de Moscou continuam ganhando terreno na Ucrânia quase que diariamente, diante de ucranianos piores armados e em menor número. 

"Graças à ação decidida das unidades do grupo Centro, a localidade de Grodivka foi libertada", reivindicou nesta segunda-feira o Ministério da Defesa russo. 

Esta localidade fica cerca de dez quilômetros a leste de Pokrovsk, um importante “hub” que conecta vários redutos ucranianos no Donbass, região eminentemente industrial no leste do país. 

- Bombardeio e incêndio -

O Exército ucraniano afirmou nesta segunda-feira que bombardeou o terminal petrolífero de Teodósia, no leste da Crimeia, "a maior" da península anexada, que abastece principalmente o Exército russo, segundo Kiev. 

As autoridades russas relataram um importante incêndio na instalação, sem mencionar o ataque ucraniano, e garantiram que não houve vítimas. 

Em vídeos publicados na internet, ao menos duas colunas de fumaça escura podem ser vistas emanando do local. 

A Ucrânia intensificou neste ano seus ataques contra o território russo, dirigidos a instalações energéticas que, em sua opinião, alimentam o aparato militar russo, assim como a localidades fronteiriças. 

A Rússia lançou a ofensiva contra a Ucrânia em fevereiro de 2022 e atualmente ocupa cerca de 20% do país vizinho.  

"As forças de defesa realizaram nesta noite um ataque bem-sucedido contra um terminal petrolífero marítimo do inimigo", desencadeando um incêndio, afirmou o Estado-Maior do Exército ucraniano nas redes sociais.

O ataque contra o terminal, "o maior da Crimeia em termos de volume de produtos petrolíferos processados", foi realizado com "mísseis", precisou o exército. 

As autoridades russas de ocupação indicaram que "uma parte" da cidade ficou sem eletricidade e que a circulação dos trens suburbanos foi suspensa. 

Alguns especialistas ucranianos apontam que a Rússia pode intensificar seus bombardeios contra as infraestruturas civis, principalmente energéticas, nas próximas semanas, tendo em vista o inverno no hemisfério norte e as eleições presidenciais americanas em novembro. 

- Ciberataque -

Por outro lado, à noite, dois irmãos morreram na região fronteiriça de Sumy, no nordeste da Ucrânia, e uma mulher de 61 anos perdeu a vida em outro ataque em Kherson, no sul do país, anunciaram as autoridades ucranianas. 

O dirigente do município de Kherson afirmou que outro bombardeio, realizado mais tarde, deixou uma vinte de feridos. 

O Exército russo também lançou na madrugada de segunda-feira um novo ataque contra Kiev, a capital da Ucrânia, com drones explosivos e dois mísseis balísticos, indicaram as autoridades municipais. 

Os projéteis foram derrubados pela defesa aérea, sem deixar vítimas, asseguraram as autoridades. 

Além disso, um terceiro míssil atingiu uma área "próxima" à base aérea de Starokostiantiniv, na região de Khmelnitski, no oeste. 

Esta base está situada a algumas centenas de quilômetros da linha de frente e costuma ser alvo de ataques russos. 

Em outro front, o da guerra digital, o grupo russo VGTRK, responsável pela transmissão das cadeias de televisão públicas da Rússia e dos acontecimentos do Kremlin, afirmou ter sido alvo de um ciberataque "sem precedentes", reivindicado por Kiev. 

Segundo o VGTRK, o ataque cibernético teve resultados limitados. "Tudo funciona normalmente, não há nenhuma ameaça significativa", assegurou o grupo. 

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