O governo de Uganda proibiu a prática do "disco matanga" em funerais, considerando que essas "danças diabólicas" facilitam a violência sexual, declarou uma ministra à AFP nesta segunda-feira (7).

Esta prática, que significa "discoteca funerária" em suaíli, ocorre altas horas da noite, onde homens, muitas vezes após consumirem álcool ou drogas, pagam a mulheres jovens para dançarem. O dinheiro arrecadado é usado para cobrir os gastos do funeral.

ONGs de defesa dos direitos humanos denunciaram essas comemorações, onde às vezes ocorrem atos não consentidos de prostituição e violências sexuais.

"O disco matanga é uma dança diabólica. (...) A polícia e as forças de ordem receberam instruções para garantir que o disco matanga cesse e que qualquer um que o organize seja detido e processado", afirmou Justine Kasule Lumumba, ministra ugandesa de Assuntos Gerais, à AFP.

Durante essas festas, "jovens são obrigadas a dançar no palco com vestidos curtos e de forma sedutora para atrair homens e ajudar a arrecadar dinheiro para os gastos funerários. As apresentações acontecem à noite e as meninas são sexualmente abusadas", acrescentou.

No leste de Uganda, "registramos duas mortes relacionadas ao disco matanga: uma de uma jovem que foi estuprada em grupo e outra de um menino que morreu durante um ataque ao sair" da festa, declarou um responsável local, Suleiman Walugembe Juuko.

A prática tem origem no Quênia, que a proibiu em 2018.

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