A floresta do Gran Chaco, no Paraguai, continua diminuindo devido à expansão da pecuária, parte da qual é utilizada na produção de colágeno para suplementos alimentares e cosméticos, de acordo com um relatório publicado nesta terça-feira (8) pela Global Witness.

Esta ONG concentrou-se principalmente em uma parte do território reivindicada pela comunidade indígena ayoreo totobiegosode. 

Segundo o relatório, com base em imagens de satélite, no cadastro local e em um estudo de campo, a invasão pecuária do território totobiegosode causou o desmatamento de 18 mil hectares em 2021-2023. 

Os animais foram vendidos para gigantes da carne sul-americana e parte das peles foi posteriormente para o grupo Rousselot, especializado na produção de colágeno, segundo a entidade.

Mais precisamente, de acordo com uma base de dados de comércio global analisada pela Global Witness, 3.000 toneladas de materiais "para a produção de colágeno" saíram dos curtumes paraguaios do Frigorífico Concepción para as fábricas da Rousselot na França.

"Respeitamos o nosso compromisso de fornecer matérias-primas de forma responsável e sustentável", respondeu a empresa americana Darling Ingredients, matriz da Rousselot, ao ser consultada pela Global Witness. 

Rousselot, grupo fundado na França e proprietário da marca Peptan, apresenta-se no seu site como "líder em soluções à base de colágeno para os setores alimentar, de saúde, nutrição e farmacêutico". 

Segundo a Global Witness, a Darling Ingredients não respondeu se pretende continuar comprando no Paraguai.

A floresta de Gran Chaco é a segunda maior área florestal da América do Sul, com 1 milhão de quilômetros quadrados. Compartilhada por Argentina, Paraguai e Bolívia, há 25 anos vê suas florestas e fauna diminuírem drasticamente devido ao avanço da produção de soja e pecuária.

cho/jum/abl/mas/acc/aa

compartilhe