A oposição ao primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, venceu as eleições na agitada região da Caxemira, segundo anunciado nesta terça-feira (8).
Em 2019, o chefe do governo ultranacionalista hindu revogou, sem aviso prévio, o status semiautônomo do território de maioria muçulmana do Himalaia, mobilizando o exército para as ruas e suspendendo todas as comunicações.
Realizadas durante três dias, estas primeiras eleições locais em dez anos refletiram as reivindicações da população por autonomia.
De acordo com os resultados entregues pela comissão eleitoral, uma aliança composta pela Conferência Nacional (CN) e pelo Congresso obteve pelo menos 46 das 90 cadeiras na assembleia local e deverá formar o seu governo.
O Partido Bharatiya Janata de Narendra Modi (BJP) conquistou apenas 27 cadeiras.
"Estamos satisfeitos com os resultados e esperamos que os nossos direitos políticos sejam restaurados", disse uma autoridade eleita, Jahangir Ahmad, à multidão reunida em frente à casa do homem que deveria liderar o Executivo local, Omar Abdula.
Estes resultados podem ser considerados um "veredicto" contra o governo Modi, acrescentou o presidente do NC, Farooq Abdula.
Meio milhão de soldados estão destacados na Caxemira sob o pretexto de combater uma insurgência separatista.
O estabelecimento da região sob tutela foi acompanhado por ondas de prisões em massa e restrições ao uso da Internet.
Durante a campanha, Modi vangloriou-se de ter restaurado a segurança e reavivado a economia local. No entanto, incidentes armados são comuns e o índice de desemprego é significativamente superior à média nacional.
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