O furacão Milton, que deverá tocar o solo de Tampa, na Flórida, hoje, será, segundo previsões dos especialistas, um dos mais devastadores da história dos Estados Unidos, e deverá causar destruição de casas, pontes e ceifar centenas de vidas. Ele chegará como categoria 5, a maior na escala Saffir-Simpson, com ventos de até 180 milhas por hora, quase 300km/h.


As autoridades de Tampa determinaram a evacuação da cidade e, desde segunda-feira, as estradas em direção ao Norte e também ao Sul estão lotadas de carros. Há duas semanas tivemos o furacão Helene, que deixou várias cidades da Flórida central arrasadas, sem energia e com casas e pontes destruídas, além de causar a morte de mais de 200 pessoas. Não houve nem tempo de recuperar nada, já que Milton vai tocar o solo na noite de hoje. A Carolina do Norte, por exemplo, que foi atingida pelo Helene, está sem energia até hoje.


O Furacão Milton segue do Golfo do México em uma velocidade de 9 milhas por hora, mas sua força será devastadora, sendo considerado um dos piores furacões da história dos Estados Unidos, comparado ao Katrina, que arrasou New Orleans, em 2005, com ventos de até 280km/h. Rita, também em 2005, com ventos de 285km/h, Wilma, 295km/h.


Tivemos também o Andrews, em 1992, categoria 5, com ventos de 280km/h, deixando prejuízos de mais de US$ 27 bilhões. Ele atingiu Flórida, Bahamas e Louisiania, matando milhares de pessoas. Na Flórida, todas as pessoas estão em alerta, e mesmo em Miami, a quase 300 milhas de distância de Tampa, vamos sofrer consequências, com chuvas torrenciais, ventos e alagamentos.


A Brightline, que opera os trens de Miami para Orlando, já cancelou todas as viagens a partir de hoje. A Disney e os parques vizinhos também estarão fechados. Por ser mais perto de Tampa, a população de Orlando terá cuidados maiores, pois os danos por lá serão bem maiores, assim como nas cidades vizinhas.


O especialista em furacões e comentarista de TV John Morales chegou a chorar e se emocionar ao falar do Milton, pois está prevendo uma grande devastação por onde o furacão passar. As pessoas deixaram os supermercados vazios, estocando alimentos não perecíveis, água e papel higiênico, os itens mais comprados quando há furacões.


As autoridades aconselham a encher as banheiras das casas, comprar pilhas, lanternas, carregar celulares e ficar em casa até que tudo se acalme. Em Tampa é Mandatory (determinação de deixar as casas), mas, como aqui é um país livre, quem quiser ficar será por sua conta e risco. Se não obedecer a ordem de evacuar a cidade, o cidadão não poderá recorrer às autoridades e nem ao 911, caso se sinta em apuros. Normalmente, quando é Mandatory, todos deixam suas casas.


As estradas da Flóridas estão congestionadas desde segunda-feira, com a população de Tampa e região deixando suas casas em direção ao Norte ou ao Sul do estado. Os pedágios estão liberados e os postos de gasolina estão abastecidos para atender a população. Aqui em Miami, em alguns condados, a prefeitura disponibilizou sacos para a população encher de areia, para por nas garagens e portas, para impedir a entrada de água nas casas, porque teremos inundações com a tempestade que vai chegar por causa do Milton.


Mesmo com quase 500 quilômetros de distância, há preocupação com quem mora em casas. Nos prédios a situação é mais tranquila. O mar está muito agitado e, embora ontem ainda estivesse tudo calmo por aqui, as pessoas já se organizavam para evitar danos às suas propriedades. As casas mais novas têm vidros blindados (a prova de furacões).


Agora é rezar para o furacão Milton perder força e chegar ao solo em uma categoria menor do que as previsões. Depois de tocar o solo e devastar tudo em sua volta, os furacões vão perdendo força e se transformando em tempestades tropicais.


O período de furacões é de junho à novembro, e já há previsão de que outro furacão esteja se formando nas águas quentes do Golfo do México, para chegar aqui na Florida depois do Milton. O que impressiona por aqui é a capacidade dos estados, condados e das autoridades de recuperar os danos rapidamente.
Claro, com um furacão de categoria 5, que é a máxima, tudo se complica mais. New Orleans, por exemplo, ainda se recupera da devastação causada pelo Katrina, em 2005. Estamos todos à espera do Milton, e que ele seja o menos devastador possível, contrariando todas as previsões. 

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