Mais de 9 milhões de pessoas, entre elas uma em cada cinco crianças, vivem em situação de extrema pobreza no Reino Unido, segundo o informe de uma ONG publicado nesta quarta-feira (8).

Catorze por centro da população residente no Reino Unido viviam diariamente situações de falta de alimentos e dificuldades para atender a suas necessidades básicas no fim de março de 2023, 1 milhão de pessoas a mais do que cinco antes antes, segundo o estudo da organização beneficente Trussell Trust.

O informe da ONG, que administra uma ampla rede de bancos de alimentos em todo o país, assinala que o fenômeno afeta especialmente a infância, com 3 milhões de crianças em situação de extrema pobreza.

Segundo o estudo, 20,9% das crianças no Reino Unido estão nessa situação, assim como um terço das famílias monoparentais e 28% das famílias de minorias africanas e caribenhas.

A ONG considera em situação de extrema pobreza, por exemplo, as famílias cujos recursos disponíveis beiram as 152 libras semanais (R$ 1.103) para uma pessoa sozinha e 204 libras (R$ 1.473) para um adulto e uma criança.

Segundo a Trussell Trust, a pandemia de covid e a crise do custo de vida que afetou o país a partir de 2022 devido às repercussões da guerra na Ucrânia explicam, em parte, a piora da situação.

A organização indica que distribuiu um recorde de 3,1 milhões de cestas de alimentos entre abril de 2023 e março de 2024, o dobro de cinco anos antes, e pede ao governo trabalhista medidas para melhorar o sistema de assistência social.

"Se nada mudar, o número de pessoas que lutam para se alimentar e vivem na pobreza só irá aumentar", afirma Helen Barnard, diretora de políticas, pesquisa e impacto da Trussell Trust, citada no informe.

O governo, que vai apresentar seu próximo orçamento no fim do mês, "deve fazer da reforma do sistema uma prioridade urgente", destaca Helen.

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