Os 26 países mais pobres do mundo, que concentram 40% da população mundial que vive abaixo da linha da pobreza, têm os níveis mais baixos de ajuda internacional desde o início do século, alertou o Banco Mundial (BM).
Em um relatório publicado neste domingo (13), a instituição financeira expressa preocupação com a luta contra a pobreza extrema nesses países, que ainda enfrentam uma taxa de endividamento recorde desde 2006.
Essas nações também sofrem as consequências cada vez mais intensas do aquecimento global, além da instabilidade política, insegurança e guerra.
Entre esses países, os mais pobres foram especialmente afetados pela pandemia, com uma queda de até 14% em seu produto interno bruto (PIB) per capita entre 2020 e 2024, enquanto teriam que investir o equivalente a 8% de seu PIB por ano para alcançar seus objetivos de desenvolvimento, destacou o BM.
"Essas economias precisam de uma ajuda externa adicional mais significativa, direta ou indiretamente através da AIF (Associação Internacional de Fomento, filial do Banco Mundial responsável por empréstimos e doações aos países mais pobres)", sublinhou Ayhan Kose, economista-chefe adjunto do Banco Mundial, citado no comunicado.
Para esses países, a AIF se tornou a principal fonte de financiamento externo, enquanto a ajuda caiu drasticamente até seu nível mais baixo em 21 anos em 2022, o último ano com dados disponíveis.
"Para que esses países saiam de um estado de emergência crônico e alcancem objetivos essenciais de desenvolvimento, precisarão acelerar seus investimentos" a um nível sem precedentes que não poderão alcançar sozinhos, advertiu o economista-chefe do Banco, Indermit Gill.
O BM ressalta, no entanto, que os Estados mais pobres também podem agir ampliando sua base tributária para fortalecer a arrecadação fiscal e melhorar a eficiência do gasto público.
Ao mesmo tempo, aumentou a proporção dos que se dedicam ao pagamento de sua dívida, reduzindo o efeito desta, mas também as taxas de juros, realizando emissões com maior frequência em moeda estrangeira, dólares ou euros.
Os 26 países mais pobres têm uma taxa média de endividamento de 72% do PIB, com nove pontos percentuais a mais em 2023 e mais de 10% de suas receitas fiscais destinadas ao pagamento dos juros da dívida.
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