Milhares de pessoas foram às ruas de Havana, nesta segunda-feira (14), em solidariedade ao povo palestino, em uma manifestação liderada pelo presidente Miguel Díaz-Canel e outros dirigentes da ilha comunista, que caminharam usando keffiyehs, os tradicionais lenços palestinos.

"Viva a Palestina livre!", dizia um telão em frente à manifestação, da qual também participaram muitos dos mais de 250 estudantes de medicina palestinos que vivem em Cuba.

"Estamos aqui para apoiar a justa reivindicação do povo palestino, por sua soberania, sua liberdade [...] e contra a cruzada genocida que Israel pratica com o povo palestino", disse à AFP Michel Mariño, um estudante cubano de relações internacionais de 20 anos.

A marcha, inicialmente convocada para 7 de outubro por ocasião do primeiro aniversário do ataque do Hamas em território israelense, foi adiada por causa da passagem do furacão Milton, que provocou inundações no calçadão de Havana, onde estava prevista.

O ataque do Hamas deixou 1.206 mortos em Israel, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseado em números oficiais israelenses, que inclui sequestrados que morreram em cativeiro.

A ofensiva israelense em retaliação a esses atos matou mais de 42.289 palestinos na Faixa de Gaza, segundo dados do Ministério da Saúde do Hamas.

"Durante um ano inteiro, nossa Gaza não teve nem um dia tranquilo, nem de paz, um ano inteiro e nosso povo na Cisjordânia sofre agressões diárias enquanto o mundo segue paralisado, incapaz de deter essa tragédia", lamentou Mohammed Suwan, estudante palestino que discursou para os manifestantes.

Suwam agradeceu a Cuba "por sua posição invariável a favor da Palestina", ao falar do palanque da chamada Tribuna Anti-imperialista bem em frente à embaixada dos Estados Unidos.

Os estudantes palestinos, entre os quais 75 vindos de Gaza, vivem à distância a guerra em seu território, passando por uma comunicação difícil com seus familiares, a perda de entes queridos e de suas casas, além de ficar sem o apoio econômico que seus pais costumavam lhes dar antes do conflito.

Em junho, a ilha caribenha se somou como "terceiro país" à ação interposta contra Israel pela África do Sul ante a Corte Internacional de Justiça (CIJ) por sua operação em Gaza.

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