Os preços do petróleo voltaram, nesta terça-feira (15), ao nível de antes do ataque com mísseis iranianos contra Israel, e o mercado já não espera uma grande escalada entre os dois países.
O barril de tipo Brent para entrega em dezembro caiu 4,14% em Londres, para 74,25 dólares. Já o West Texas Intermediate (WTI), negociado no mercado americano com vencimento em novembro, caiu 4,40%, para 70,58 dólares.
O Brent e o WTI atingiram níveis que não eram vistos desde 1º de outubro, quando o Irã lançou cerca de 200 mísseis contra Israel.
Já em queda desde ontem, o petróleo despencou após a publicação de um artigo do jornal Washington Post que relata que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, teria dito ao presidente americano, Joe Biden, que a resposta israelense ao Irã visaria objetivos militares, o que deixaria de fora a infraestrutura energética da República Islâmica.
Ao mesmo tempo, "a demanda chinesa evaporou", afirma o analista Carsten Fritsch, ao lembrar que as importações de petróleo na China caíram em setembro pelo quinto mês consecutivo.
Isso explica, segundo Robert Yawger da Mizuho, por que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) reduziu nesta segunda suas previsões sobre a evolução da demanda de petróleo.
Nesta terça-feira, a Agência Internacional de Energia (AIE) aumentou ligeiramente sua projeção de consumo para 2025, mas segue antecipando uma desaceleração em comparação com anos anteriores, particularmente na China.
A agência também espera que o aumento da produção em Estados Unidos, Brasil, Guiana e Canadá seja superior à demanda mundial a uma razão de 500.000 barris diários. Isso complicaria muito a tarefa da Opep, adverte Yawger.
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