O governo federal afirmou, nesta quarta-feira (16), que a segurança energética do Brasil está "assegurada" e descartou a volta do horário de verão em 2024, uma ideia para economizar energia que foi considerada em setembro, quando o país enfrentava uma seca sem precedentes.

"Chegamos à conclusão de que não há necessidade de decretação do horário de verão para esse período", disse o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, em uma coletiva de imprensa.

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva informou em setembro que avaliava adiantar os relógios, preocupado com a pior seca desde que começaram os registros, nos anos 1950, e a onda de incêndios criminosos, que juntas poderiam comprometer a operação das usinas hidrelétricas.

Mas Silveira afirmou que o Brasil tem sua "segurança energética assegurada" e apontou para o "início de um processo de restabelecimento, embora ainda muito modesto", da matriz hídrica.

Segundo o ministro, os estudos não indicaram uma economia significativa de energia com o horário de verão, que busca conter o pico de consumo elétrico entre o final da tarde e o início da noite, quando as energias solar e eólica, que sustentam a vasta rede hidrelétrica, diminuem.

Na prática, a medida consiste em adiantar uma hora o relógio entre outubro ou novembro e fevereiro.

De acordo com Silveira, o "pico" de custo-benefício ocorre até meados de dezembro, mas este ano o governo só poderia implementá-lo a partir de meados de novembro, para dar oportunidade aos setores econômicos de se adaptarem.

"O custo-benefício seria muito pequeno", afirmou o ministro, que apontou que o assunto será considerado novamente em 2025  e em "todos os anos subsequentes, em especial no momento em que nós vivemos de efeitos de mudança climática severa no Brasil e no mundo".

O horário de verão foi instaurado no Brasil em 1931, mas acabou suspenso em 2019, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, que argumentou que seus benefícios não eram consideráveis e que a medida era impopular.

Segundo a pesquisa Datafolha, 47% dos brasileiros se declararam a favor de adiantar o relógio — o nível mais baixo desde que começou a medição, em 2017 — e a mesma proporção é contra, enquanto 6% se dizem indiferentes.

Silveira enfatizou que a medida tem "reflexos" positivos e negativos no setor elétrico e na economia do país.

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